Domingos Soares de Oliveira, administrador financeiro da SAD do Benfica, concedeu uma entrevista ao jornal Record onde falou sobre a estratégia e a atual situação financeira do clube, admitindo que está perto de atingir o equilíbrio entre o passivo e o ano de faturação.

“O passivo sujeito a encargos financeiros situa-se hoje na casa dos 300 milhões de euros. A nossa faturação, sem novas operações, está entre os 230 e 250 milhões. Pode ser que entretanto aconteça uma venda antes do fecho do exercício e, portanto, estamos muito perto de conseguir esse equilíbrio. Em 2004, quando entrei no Benfica, tínhamos um total de receita de 40 milhões. Hoje temos 240. O que se comprova é que, trabalhando as vertentes certas, é possível fazer crescer o nível de faturação. Não temos novos empréstimos desde 2014. O que tem sido feito desde então é reduzir a dívida”, referiu o administrador da SAD encarnada

Outro dos temas abordados foi o contrato de direitos televisivos assinado com a NOS. Domingos Soares de Oliveira salienta que os ‘encarnados’ têm “um bom contrato” com a operadora, mas afirma a intenção de ter uma “uma conversa” um futuro próximo, sendo que a situação na BTV poderá alterar-se.

“Os jogos têm sido transmitidos pela BTV, mas não quer dizer que seja assim no futuro. A NOS tem a faculdade de poder dizer que os jogos se mantenham na BTV ou passem para a Sport TV ou um canal de desporto que queira lançar. Será uma boa altura para conversar”, acrescentou.

O administrador revela ainda que a venda do ‘naming’ do estádio da Luz continua “em cima da mesa” e que já chegaram à SAD “propostas do mercado internacional”.

“Temos propostas do mercado internacional, não há qualquer empresa portuguesa neste momento que tenha revelado apetência pelos números que temos. Os namings dos estádios, pelo que temos visto em termos europeus, salvo honrosas exceções, situam-se entre os 4,5,6 e os 10 milhões de euros. Depende do que a marca vai querer fazer com o naming”, acrescentou.

Domingos Soares de Oliveira reforça ainda que o futuro do Benfica terá de passar pela aposta nos valores formados no Seixal: “Temos de manter a aposta na formação, quer em termos do que fazemos no Futebol Campus, quer com o que tem a ver com a nossa política de scouting. Quanto mais conseguirmos desenvolver o nosso negócio sem a venda de jogadores, menos necessidade temos de vender. Temos definido que o nosso objetivo de crescimento tem de ser igual ao dos cinco grandes [clubes da Europa]. A nossa esperança é não depender tanto da venda de jogadores.”