Os sócios do Belenenses aprovaram na sexta-feira, em assembleia-geral (AG), a proposta de venda da participação de 10% que o clube detém no capital social da SAD, por mil euros, ao advogado Ricardo Sá Fernandes.

Com 143 votos a favor, três contra e uma abstenção, os associados do clube da Cruz de Cristo aprovaram por larga maioria a proposta, numa AG que decorreu ao ar livre, no parque do topo sul do estádio do Restelo, devido às recomendações da Direção-Geral da Saúde e de forma a cumprir com o distanciamento social, face à pandemia da covid-19.

“A partir de hoje, espero que a história mude e que mais ninguém em Portugal possa dizer que há dois Belenenses. Nunca houve, nem nunca vai haver. Só há um Belenenses, tem 100 anos e joga aqui no estádio do Restelo”, frisou o presidente do histórico clube lisboeta, Patrick Morais de Carvalho, aos sócios presentes na AG.

O clube e a SAD dos 'azuis' estão afastados desde o início da temporada 2018/19, quando o protocolo de utilização do Restelo pela SAD terminou e esta mudou a equipa profissional para o Estádio Nacional, no Jamor.

A Codecity, detida por Rui Pedro Soares, comprou 51% da SAD do Belenenses em 2012, mas as duas partes acabaram por entrar em litígio, seguindo-se várias ações em tribunal, com o clube a tentar impedir que a SAD usasse o seu nome e símbolos.

Outra das questões que estavam a ser debatidas em tribunal era a possibilidade de o clube vender os 10% que mantém do capital social da SAD, aprovada agora, com o comprador a ser o advogado e ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Ricardo Sá Fernandes.

O Belenenses procurou a opinião de vários especialistas na matéria, entre os quais a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a jurista Maria de Fátima Ribeiro, que deram o parecer que “o clube pode vender livremente os seus 10%, a SAD manterá os seus direitos desportivos e poderá continuar transformando-se numa SAD de raiz (sem clube fundador)”.

No futuro, caso o Belenenses chegue aos escalões profissionais de futebol – o objetivo de alcançar a I Liga o mais depressa possível foi novamente reforçado na AG pelo presidente -, o clube “poderá constituir uma nova SAD (sociedade anónima desportiva) ou SDUQ (sociedade desportiva unipessoal por quotas)”.

“Com a venda destes 10%, todo e qualquer vínculo com aquela sociedade será quebrado. Será no Restelo que iremos refundar o Belenenses”, congratulou-se o presidente, que vincou que “esta luta foi apenas e só pelo Belenenses, pela sua identidade e pelos sócios”, apelando igualmente ao reforço da união entre os adeptos.

Patrick Morais de Carvalho revelou também que o estádio do Restelo será local de estágio de uma das oito equipas finalistas da inédita ‘final a oito’ da Liga dos Campeões de futebol, que se realizará em Lisboa, entre 12 e 23 de agosto.

Na AG, o Belenenses informou também os associados que “já não deve” cinco milhões de euros ao Banif, dívida assumida pela cadeia de supermercados Lidl, que iniciará a construção de um supermercado no complexo do Restelo quando a bomba de gasolina da Repsol mudar de local. O pagamento desta dívida permite reduzir em cerca de 50% o passivo do clube.

Os associados do Belenenses também aprovaram a proposta de orçamento de proveito e custos para a temporada 2020/21 sem votos contra, com 155 votos a favor e cinco abstenções, bem como a criação e regulamentação de uma quota suplementar facultativa de 2.50 euros, com apenas dois votos contra e 26 abstenções.

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