Os sócios do Rio Ave, clube da I Liga de futebol, aprovaram, hoje, em assembleia geral, a criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) e a entrada de um investidor externo, que propõe injetar 20,5 milhões de euros.

Na mais participada reunião magna do emblema vila-condense, que contou com a presença de 596 associados, o ponto relativo à conversão da atual SDUQ para uma SAD foi aprovado com 555 votos a favor, 20 abstenções e 21 votos contra.

Também por larga maioria foi ratificado o ponto relativo à transmissão do capital social da futura SAD para um investidor externo e a autorização para que a atual direção do clube adote os atos necessários para execução das medidas aprovadas.

Segundo divulgou Alexandrina Cruz, presidente do emblema vila-condense, existe uma proposta do empresário grego Evangelos Marinakis, de 56 anos, dono dos clubes Olympiacos, da Grécia, e Nothingham Forest, de Inglaterra, para assumir 80% do capital social da futura SAD do Rio Ave, a troco de um investimento inicial de 20,5 milhões de euros.

Esse dinheiro, que será injetado faseadamente no clube, até junho de 2024, servirá para equilibrar a situação financeira do Rio Ave e para fazer face aos compromissos do que resta da atual época desportiva.

Segundo a dirigente, o projeto de Evangelos Marinakis pretende colocar o Rio Ave num patamar de competições europeias, com investimento no plantel sénior e também nas infraestruturas do clube.

“Um investimento destes terá de se prolongar em pelo menos 30 anos, para alavancar o negócio e justificar o montante injetado. Os 20,5 milhões dizem respeito a 80% do capital social da SAD, mas, além desse valor, haverá ainda um investimento no reforço do plantel, começando já em janeiro, e também nas infraestruturas, que ficarão sempre na posse do clube”, explicou Alexandrina Cruz, no final da sessão.

Alexandrina Cruz considerou que o Rio Ave “teve a sorte de, num momento tão difícil, aparecer uma solução e uma proposta tão boa”, admitindo que, caso os sócios a rejeitassem, iria apresentar a sua demissão do cargo.

“Gostava de ter feito sessões de esclarecimento antes desta assembleia, mas não tínhamos tempo. Estamos com um passivo muito elevado [superior a 13 milhões de euros], temos salários e impostos em atraso e, com isso, não conseguiríamos inscrever reforços no mercado de janeiro. Era fundamental conseguirmos um investidor para resolvermos a situação rapidamente”, desabafou.

A dirigente disse, no entanto, que “as negociações ainda não estão fechadas” e que ainda “há muito trabalho pela frente para a concretização do negócio”, embora considerando que “direção tem agora o conforto da decisão dos sócios para poder finalizar o processo”.

Alexandrina Cruz revelou haver “uma sintonia” com o investidor para que, além das funções de presidente do clube, tenha também um lugar entre os cinco elementos que irão compor o conselho de administração da futura SAD.