A associação SOS Racismo defendeu hoje que os responsáveis pelos insultos racistas ao futebolista Moussa Marega devem ser "severamente punidos", considerando que o fenómeno tem que ser "enfrentado antes que se torne incontrolável".

Em comunicado, manifesta "solidariedade a Moussa Marega, jogador do FC Porto que foi alvo de insultos racistas" durante um jogo disputado no domingo com o Vitória de Guimarães.

A SOS Racismo saúda a decisão de Marega abandonar o relvado, considerando que "era o que todos os presentes deviam ter feito", começando pela equipa de arbitragem.

"Não há nenhum interesse ou valor que justifique que um jogo de futebol continue perante a prática de atos racistas", argumenta a SOS Racismo, que pede a todos os envolvidos no futebol que "condenem sem reservas" os insultos e exige "medidas concretas de combate ao racismo no desporto e na sociedade em geral".

"Infelizmente, este episódio não é exclusivo do futebol ou do desporto em geral. É transversal na sociedade portuguesa e tem de ser enfrentado, antes que se torne incontrolável", considera a associação.

A PSP está a tentar identificar os adeptos suspeitos de dirigirem palavras e gestos racistas e xenófobos ao futebolista Marega, do FC Porto, cometendo assim infrações criminais e contraordenacionais. O organismo sublinha que o comportamento dos adeptos suspeitos configura um crime previsto e punido no Código Penal com pena de prisão de seis meses a 5 anos.

Além da vertente criminal, a PSP acrescenta que tal comportamento de adeptos constitui contraordenação, pois “a prática de atos ou o incitamento à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos desportivos" pode ser punida com coima entre 1.000 e 10.000 euros.

Em nota sobre as ocorrência em eventos desportivos, a PSP apela a todos os apoiantes dos clubes que mantenham "uma conduta de respeito para com os adversários" e reitera o compromisso em cumprir a sua missão nas diversas manifestações desportivas, procurando contribuir para a criação de "um ambiente mais seguro e saudável, livre de qualquer forma de violência física ou verbal, racismo ou xenofobia".