Na véspera de deixar a presidência da SAD do Sporting, Sousa Cintra fez um balanço positivo do trabalho realizado no clube, que encontrou fragilizado na sequência dos ataques à Academia de Alcochete e das rescisões de contrato de vários jogadores, que levariam ao afastamento de Bruno de Carvalho.

"Só faltou trazer a cama para o Sporting, pois era sempre o último a sair do Sporting, sábados e domingos sempre a trabalhar, sozinho ali mas a ver todas as coisas que havia a resolver. E a verdade é que conseguiu-se, com grande trabalho e sucesso. Consegui trazer para o Sporting os jogadores que eram de importância capital para enfrentarmos o desafio do campeonato. O Sporting tem de lutar sempre pelo primeiro lugar! Reforços que vieram, tudo jogadores de categoria, jogadores de seleção! E depois unir o plantel. É importante ter uma equipa de futebol unida com o treinador e a equipa técnica, com aquele compromisso de vencer, é sempre importante na vida, o compromisso. E isso conseguiu-se em tempo recorde", destacou Sousa Cintra em entrevista ao jornal A Bola.

"O Sporting honra os seus compromissos pontualmente, todos. Temos todos os ordenados em dia, também com funcionários, impostos e segurança social e com os outros clubes. Até transferências, alguma comunicação social falou no caso do Raphinha: o Sporting pagou ao V. Guimarães, pagou 3,5 milhões de euros. Com o SC Braga? O Sporting pagou tudo ao SC Braga. O Sporting honra os seus compromissos com os seus fornecedores. Tive de tomar medidas, se calhar, desagradáveis, mas se estava ali era para resolver os problemas. E sempre digo que as pessoas têm de ter coragem para resolver os problemas", disse o dirigente.

Sousa Cintra revelou ainda que teve de mandar embora do clube 42 jogadores para assim reduzir a massa salarial do clube.

"Tive de mandar embora 42 jogadores. Não faziam falta: uns foram emprestados, outros rescindiram contrato. 42 é muita coisa. E conseguimos sacar meia dúzia deles no mercado, todos bons, de eleição! Isso é que importa resolver. Baixámos significativamente a folha de vencimentos mensal da SAD, sim, em mais de dez milhões de euros. Era muito importante. O Sporting está hoje cheio de vitalidade, a lutar para conquistar o campeonato", vincou o dirigente, que quer manter um clima de paz e diálogo com os adversários.

"O caso do Benfica, como o dos outros clubes, para mim é simples pois sempre fui um homem de paz e diálogo. As guerras, ninguém ganha com elas. Sempre fui à Luz e os dirigentes do Benfica sempre foram a Alvalade. Nestas funções temporárias não deixaria de ter o mesmo comportamento. Mas é o mesmo diálogo franco e aberto que tenho em relação ao SC Braga, ao V. Guimarães, ao Portimonense, a qualquer dos outros clubes. Boa convivência entre os clubes e as direções, para que tudo corra bem. As guerras têm de ser no relvado, na competição; fora disso, as pessoas devem entender-se e devem ser amigas. Deve haver compreensão e diálogo. O futebol, em Portugal, precisa de paz", defendeu.