A SAD do Sporting admitiu necessidades de tesouraria até ao final da época de futebol de 2018/19 numa comunicação à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mas a direção diz que se trata apenas de uma formalidade.

“Nós podíamos não ter feito a admissão à negociação. Se esta direção quisesse, estes números não tinham aparecido. Quer maior prova de transparência? A admissão à negociação não foi feita durante cinco anos e nós resolvemos fazê-la agora, porque nós não falamos, fazemos. A anterior direção teve quatro anos para o fazer e ninguém mexeu nisto”, afirmou o vice-presidente do Sporting Francisco Salgado Zenha, em entrevista à agência Lusa.

No prospeto de admissão à negociação de 28 milhões de ações, decorrentes do aumento de capital realizado em novembro de 2014, a SAD ‘leonina’ assumiu que as necessidades de tesouraria são de "cerca de 65 milhões de euros, dos quais 41 milhões de euros até 30 de junho de 2019", reconhecendo que “a insuficiência de recursos se manifeste no final de abril de 2019".

“Não houve nenhuma emissão nova de ações, foram as ações emitidas em 2014, de oito milhões para o Sporting Clube de Portugal e 20 milhões para a Holdimo. O que foi feito foi tornar essas ações negociáveis e transacionáveis, coisa que na altura não foi feita, e é uma obrigação perante o regulador. Devia ter sido feito e não foi”, explicou Zenha, acrescentando que a CMVM já multou o Sporting por este atraso.

O vice-presidente ‘leonino’ recordou que os riscos apresentados no prospeto divulgado pela CMVM já tinham sido apresentados pelo clube.

“Esta direção tem sido completamente transparente, a todos os níveis, com o mercado e com os sportinguistas, e vamos continuar a ser. A informação que vem no prospeto não é diferente do que já tínhamos transmitido, com a ênfase de fatores de risco e das alternativas, mas é tal e qual o que defendemos”, recuperou.

Salgado Zenha assegurou que estes “passos” concretizam o programa eleitoral apresentado por Frederico Varandas, para as eleições 08 de setembro de 2018, que “começou com o empréstimo obrigacionista, a renegociação do acordo com os bancos e outras soluções de financiamentos necessários para colmatar necessidades de tesouraria”.

“Não é do desconhecimento de ninguém, eu próprio disse, há uma semana, que as necessidades de tesouraria para este ano eram mais de 40 milhões de euros. Era metade do valor contabilístico do plantel do Sporting para um ano (...). Na minha opinião, o Sporting é completamente sustentável financeiramente, tem um nome, ativos e ferramentas que lhe permitem isso, mas tem necessidades de tesouraria”, sublinhou.

O dirigente ‘leonino’ assegurou ter “as soluções” para fazer face a esta “necessidade de tesouraria brutal”: “Estou completamente confortável com elas [as soluções], enquanto estamos a falar, estão a acontecer”.

Apesar de Salgado Zenha não ter especificado, a SAD ‘leonina’ deu conta, no prospeto, da intenção de, em março, concluir a titularização de créditos do contrato de direitos televisivos com a NOS, com o objetivo de “suprir as necessidades de fundo de maneio dos próximos 12 meses”.

Salgado Zenha encara com normalidade este tipo de operações financeira, acrescentando que “todos os clubes fazem antecipação de receitas, que não é mais do que um financiamento com garantia”.

“Há muitas soluções e não apenas uma”, reforçou, mostrando-se ainda convicto da possibilidade de “aumentar o volume de receitas decorrente de patrocínios”.

O dirigente enalteceu o potencial do clube, recordado que o recente empréstimo obrigacionista, que permitiu o encaixe de 26,2 ME para fazer face ao reembolso da operação anterior (30 ME), foi feito quando “o Sporting estava destruído do ponto de vista anímico, desportivo, com um ex-presidente a ser constituído arguido na véspera”.

“A prova de que não é só conversa é que muitas das coisas que estão no nosso programa já foram feitas, uma delas o empréstimo obrigacionista”, concluiu.

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