O português Leonardo Jardim, que hoje vai ser apresentado como treinador da equipa de futebol do Sporting, vai tornar-se no nono técnico desde que Paulo Bento, atual selecionador de Portugal, deixou o clube, em novembro de 2009.

Paulo Bento foi o último treinador de longa duração nos “leões”, depois de ter comandado o clube desde 2005/06, quando sucedeu a José Peseiro, que saiu praticamente em simultâneo com Dias da Cunha, tornando-se uma imagem da presidência de Filipe Soares Franco.

A eleição de José Eduardo Bettencourt, que chegou a verbalizar o desejo de contar com «Paulo Bento forever», acabou por marcar o fim do percurso do técnico em Alvalade, levando-o mesmo a admitir que iniciar a sua quinta temporada teria sido um erro, uma vez que o seu ciclo já teria terminado.

Os quatro segundos lugares que conseguiu nos “leões” nunca mais foram repetidos pelos seus sucessores, com Carlos Carvalhal, que terminou a temporada de 2009/10, a não ir além do quarto lugar, a uns longínquos 18 pontos do campeão Benfica.

A época seguinte começou com Paulo Sérgio, mas o antigo técnico do Paços de Ferreira não resistiu aos resultados intermitentes e à demissão de Bettencourt, a 15 de janeiro de 2011, e abandonou o emblema “verde e branco” a 26 de fevereiro, sendo substituído pelo então diretor desportivo José Couceiro, que terminou a temporada, mais uma vez, no quarto posto, a 16 pontos do FC Porto.

Segue-se a eleição de Luiz Godinho Lopes, que afasta Couceiro e entrega a gestão do futebol a Luís Duque e Carlos Freitas, e a contratação de Domingos Paciência, com o estatuto de finalista vencido da edição de 2010/11 da Liga Europa.

Uma série de maus resultados no início de 2012 fazem desmoronar uma das bases do projeto “leonino” de Godinho Lopes, que, tentando reeditar o sucesso conseguido com a promoção dos juniores de Paulo Bento, entrega o comando da equipa a Ricardo Sá Pinto.

O antigo “capitão” do Sporting herda o apuramento para a final da Taça de Portugal, que viria a perder diante da Académica, e leva os “leões” às meias-finais da Liga Europa, fase em que é eliminado pelos espanhóis do Athletic de Bilbau.

«Ricardo Coração de Leão” ainda inicia a época de 2012/13, mas o desaire no Jamor fragilizou-o e, apenas após cinco jornadas da I Liga, é vítima de nova “chicotada psicológica”, a primeira da época, que foi acompanhada pelas saídas de Duque e Freitas.

Godinho Lopes ainda tenta resistir à contestação, apresentando Franky Vercauteren, depois de ter entregado interinamente o comando técnico da equipa a Oceano Cruz, outro “capitão” emblemático, mas o belga, que recebeu o pior Sporting de sempre à sétima jornada, não conseguiu inverter rapidamente o rumo.

Em consequência disso, Jesualdo Ferreira, que tinha sido contratado para “manager” e treinador dos treinadores do clube, em dezembro de 2012, desce do camarote para o banco de Alvalade.

Desde janeiro, o “professor”, único treinador português tricampeão, pelo FC Porto entre 2006 e 2009, tentou recolocar o Sporting na senda das competições europeias e, apesar das exibições titubeantes, ainda alimentou a esperança “leonina”.

Nos 17 jogos em que liderou a equipa, já recheada com “leõezinhos” provenientes da formação do clube, Jesualdo conquistou nove triunfos, somou três empates e perdeu cinco vezes, mas a eleição de Bruno de Carvalho para a presidência tornou a sua continuidade uma incógnita.

No domingo, após conseguir o resultado mais dilatado do Sporting do campeonato, ao vencer por 4-1 no terreno do “lanterna vermelha” Beira-Mar, Jesualdo Ferreira confirmou a sua saída, depois de não conseguir melhor do que o sétimo lugar, a pior classificação de sempre do clube, associada à falhada qualificação para as competições europeias pela segunda vez na sua história.

Nem 24 horas passaram e o clube anunciou a contratação de Leonardo Jardim, de 38 anos, para as próximas duas épocas, no dia em que vai ser apresentada a estrutura para o futebol, com Augusto Inácio, que como treinador levou o Sporting ao título em 1999/2000, e Virgílio Lopes.

O técnico, nascido na Venezuela, mas criado na Madeira, chega ao Sporting, depois de ter iniciado a carreira no Camacha (2003-2007), e ter passado por Desportivo de Chaves (2008/09), levando a formação transmontana à II Liga, e Beira-Mar (2009-2011), conduzindo a formação aveirense ao regresso ao primeiro escalão.

Depois de abandonar o Beira-Mar, o técnico luso assumiu o comando do Sporting de Braga, na época 2011/12, quando os “arsenalistas” terminaram a I Liga na terceira posição, e rumou ao Olympiacos, tendo deixado o clube grego em janeiro último, quando liderava o campeonato, com 10 pontos de vantagem sobre o PAOK de Salónica.