O vogal do Conselho Diretivo do Sporting Rui Paulo Figueiredo classificou hoje de «incendiárias, descabidas e extemporâneas» as declarações do presidente do Gil Vicente, António Fiúza, que admitiu a paralisação dos campeonatos, caso haja despromoções no alargamento da Liga.
«Consideramos que declarações como aquelas que são feitas pelo presidente do Gil Vicente são totalmente incendiárias, descabidas e extemporâneas. Apelar a prazos, boicotes, paralisações e, ao mesmo tempo, permitir-se qualificar as posições de outros clubes, como é o caso da do Sporting Clube de Portugal, dizendo que teriam existido desautorizações e declarações contraditórias, são totalmente infelizes, deveriam ser evitadas a bem da pacificação de que o futebol português bem precisa. Entendemos que mais bom senso é preciso», afirmou Rui Paulo Figueiredo, em declarações à agência Lusa.
O dirigente reiterou que os “leões” expressaram oficialmente» a posição do clube, «através de Luís Duque, administrador da SAD e que estava mandatado pelo presidente Godinho Lopes, que acumula as funções de presidente do clube e da SAD».
«Nós consideramos que está em causa a verdade desportiva e entendemos que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), nos seus órgãos próprios, deverá apreciar esta situação e não a deverá validar», frisou Rui Paulo Figueiredo.
O vogal do Conselho Diretivo do Sporting defendeu ainda que «todos os clubes trabalhem para o crescimento das receitas do futebol português e que trabalhem em conjunto para promover o espetáculo e a verdade desportiva», acrescentando que, apesar de não concordar com os moldes do alargamento, pretende continuar a colaborar com o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
«O Sporting tem, realmente, colaborado com o presidente da LPFP, Mário Figueiredo, e é assim que queremos continuar a fazer. Aquilo que nós consideramos manifestamente infeliz são as declarações incendiárias proferidas pelo presidente do Gil Vicente, porque nós temos de respeitar as opiniões uns dos outros. Portanto, fazer-se ataques a dirigentes do Sporting não contribui nada para a pacificação, ainda mais, em vésperas de um Gil Vicente-Sporting», concluiu.
Em entrevista à rádio TSF, o presidente do Gil Vicente admitiu que os clubes possam parar o campeonato, caso a FPF chumbe o alargamento da Liga para 18 clubes e da Liga de Honra para 22, sem recurso a descidas de divisão, tendo, anteriormente, referido que Duque não respeitou a maioria e tinha contrariado a posição do presidente do Sporting.
O alargamento das equipas nos dois campeonatos profissionais, sem recurso a descidas de divisão, foi aprovado na segunda-feira, mas mereceu a contestação imediata de Sporting, Nacional e, posteriormente, do FC Porto, que prometeu recorrer desta decisão para o Conselho de Justiça da FPF.