Dias Ferreira defende que o Sporting tem de «deixar de estar capturado» pelos bancos e ir buscar dinheiro «lá fora», e, apesar de não querer falar em fundos de investimento, diz que pode ter 100 milhões para investir no clube.

Em entrevista à agência Lusa, o candidato às eleições de 26 de Março reafirmou que o treinador Frank Rikjaard foi a sua «primeira escolha» e garantiu que Futre assumirá a gestão do futebol, com funções na SAD, mas sob a sua tutela, tal como o vice-presidente Mário Patrício, que manterá funções à frente das modalidades amadoras.

Apesar de não abrir o jogo sobre eventuais fundos de investimento, Dias Ferreira revelou que «não devem ser precisos 100 milhões de euros» para investir no clube, embora diga que até os pode ter.

«Acho que se calhar nem 100 milhões [vou precisar], embora se calhar, para resolver outros problemas, 100 milhões não chega», afirmou, acrescentando: «Eu penso que não devem ser precisos 100 milhões, mas eventualmente até os posso ter».

Para Dias Ferreira, a «questão de fundo é o Sporting deixar de estar capturado» pelos bancos e garante: «Posso, amanhã, encontrar uma relação que pague aos bancos. Que é aquilo que eu quero. Quero pagar aos bancos».

Dias Ferreira considera que «tem de haver investimento» no clube, mas o Sporting «não pode estar a ser gerido por um credor». «Eu tenho de ser gerido por parceiros e um banco não pode ser meu parceiro, quando eu sou credor dele. O Sporting tem de se libertar e libertar é reduzindo o passivo. E as pessoas se calhar não imaginam que há muito interesse em investir no Sporting».

No caso de chegar a presidente do Sporting, Dias Ferreira poderá até encontrar novos parceiros no estrangeiro, não privilegiando as parcerias naturais com o BES e o BCP.

«O país diz que é preciso aumentar as nossas exportações. No Sporting também, em vez de mandarmos dinheiro lá para fora, temos necessidade é que venham investir cá dentro», explicou.

Em relação a Bruno de Carvalho e ao alegado fundo de 50 milhões de euros avançado pelo também candidato, Dias Ferreira diz que «algo falhou»: «Ouvi na televisão, várias vezes, Bruno de Carvalho anunciar que iria aparecer com quatro investidores, que iriam tirar a fotografia com ele. Veio a conferência de imprensa de apresentação da lista e eu não vi».

O candidato defende que o problema da falta de resultados do futebol profissional “leonino” passa pela necessidade de se «injectar dinheiro na SAD do Sporting, porque as SAD's foram feitas para isso, para atrair dinheiro, não foi para o fazer sair».

Dias Ferreira também falou na necessidade de a equipa ter «sucesso desportivo» para que «haja investimento», pois os adeptos não podem pensar que «o Sporting vai pagar a dívida à banca sem sucesso desportivo».

Ainda sobre o futebol, explicou que o nome do treinador Frank Rikjaard foi acertado com Paulo Futre e que foi sempre a «primeira escolha» para o cargo, além de que será o director desportivo e o técnico a decidirem quais as «carências do plantel», reservando-se ao direito de «dar uma opinião, que não passará de um palpite».

Rikjaard, com quem chegou a acordo no mesmo sábado em que Paulo Sérgio foi demitido, vai querer trabalhar com «um plantel mais reduzido e ter cinco ou seis jogadores da formação, para estarem em condições de serem chamados à equipa principal».

Sobre as amadoras, Dias Ferreira disse que «estão bem, mas falta construir um pavilhão» e expressou o seu «medo em que este definhamento interno» contamine o resto e mostrou-se convicto de que «contaminará» se não for controlado: «A formação vai diminuir, as modalidades podem começar a cair, e por isso são um conjunto de coisas que há que controlar e já».

Lembrou ainda que foi o primeiro a defender publicamente a entrada de Oceano para a equipa técnica e que foi o primeiro a falar em Nelson.

A outra área em que estará pessoalmente empenhado será a dos núcleos e sócios, preconizando o fim dos sócios por correspondência e ainda a contratação «no mercado de uma pessoa de reconhecida competência» na área financeira.