O presidente da Comissão de Gestão do Sporting, nomeada pela Mesa de Assembleia Geral (MAG), disse hoje que os sócios do clube estão a ser utilizados e marginalizados por Bruno de Carvalho.
“Quem tem de fazer julgamentos são os sócios do Sporting, dia 23 [de junho]. (...) Em 2013 dizíamos que era para devolver o clube aos sócios, hoje são instrumentalizados e usados por um projeto pessoal que ameaça destruir o Sporting”, referiu Artur Torres Pereira, em entrevista à CMTV.
Torres Pereira pediu aos sócios do Sporting para estarem presentes “em massa” na Assembleia Geral de sábado, na qual pode ser destituída a direção de Bruno de Carvalho, suspensa preventivamente por uma comissão fiscalizadora, nomeada pela MAG.
O dirigente criticou hoje a atuação do Conselho Diretivo, “suspenso pela primeira vez na história do clube”, dizendo que “tem lançando adeptos uns contra os outros, perdendo e destruindo ativos no futebol profissional”.
“Esta situação é de exclusiva responsabilidade do Conselho Diretivo suspenso. É tão grave na história do Sporting, por isso, os sócios têm de decidir sobre o futuro”, referiu.
Para Torres Pereira, “o Conselho Diretivo está a ter um conjunto de atitudes que podem levar a uma situação financeira, patrimonial e desportiva absolutamente catastrófica” para o clube, que a comissão de gestão vai fazer tudo para evitar.
“Os sócios estão a ser marginalizados, porque até os mais acérrimos apoiantes [de Bruno de Carvalho], como Eduardo Barroso e Daniel Sampaio, já pediram para que os sócios se pronunciem. O Conselho Diretivo recusar dar a palavra aos sócios é uma prova de desprezo”, referiu.
Sobre o treinador anunciado hoje para a equipa principal, o sérvio Sinisa Mihajlovic, Torres Pereira disse que não seria o seu treinador e considerou que Bruno de Carvalho, suspenso do clube, mas em funções na SAD, se deveria abster de tomar este tipo decisões até à AG de 23 junho.
Questionado sobre se teria medo de ir a Alvalade, depois de Bruno de Carvalho ter dito que não deixaria a comissão de gestão entrar nas instalações do clube, Torres Pereira disse que o órgão irá “quando entender que deve ir”.
O presidente da comissão de gestão disse ainda que vai tentar reverter algumas das nove rescisões de jogadores da equipa principal – que causaram “grande mágoa”, por muitos terem sido formados nos ‘leões’ –, à exceção de Rui Patrício, hoje anunciado como reforço do Wolverhampton.
Torres Pereira assegurou não ter qualquer ambição a candidatar-se à presidência dos ‘leões’, relembrando porque razão deixou a direção de Bruno de Carvalho em 2017.
“Saí em 2017, porque percebi, dois anos antes, que havia um projeto pessoal no Sporting que, provavelmente, acabaria com o afastamento dos sócios do essencial desse projeto. As divergências começaram com alteração dos estatutos, que permitia que o presidente demitisse e substituísse livremente elementos do Conselho Diretivo”, referiu.
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