João Sampaio, vice-presidente para a área jurídica, fez esta sexta-feira o balanço da AG do Sporting, realizada ontem e marcada pela contestação a Frederico Varandas.
O dirigente leonino congratulou-se com a aprovação das contas relativas à temporada passada, mas apontou o dedo ao comportamento de alguns sócios por não permitirem a intervenção de Sousa Cintra, falando numa subida "de grau na escalada da violência verbal".
"Esta é a nossa quinta assembleia geral, em 13 meses. É uma cadência muito grande. Todos nós, sportinguistas, temos de fazer um balanço crítico do que se passou. Não podemos admitir numa associação que tem a democracia tão instituída nos estatutos que haja uma pessoa que não consegue falar na assembleia. Temos gerido com alguma sageza as críticas que nos têm sido movidas, algumas violentas e fora de tom, mas isto foi uma situação muito grave e os sportinguistas precisam de mobilizar-se para que não se repita. Tivemos um ex-presidente, o presidente Sousa Cintra, que não conseguiu falar numa assembleia do clube de que é sócio. Independentemente dos cargos que ocupou, do contributo que deu, do mérito que tem, Sousa Cintra é sócio do Sporting e tem que poder falar. Isso é gravíssimo. Os sócios que estão mais ruidosos, em função das críticas que têm a esta direção, das feridas que vêm do passado, dos resultados desportivos, também têm que perceber que nas assembleias gerais todos têm o direito de falar. Aquilo que se passou ontem, não pode repetir-se", começou por dizer o dirigente em declarações à Sporting TV.
"Ontem subimos um grau na escalada da violência verbal. Isto porque se associou a este descontentamento que tem a ver com um grupo organizado de adeptos. Os adeptos já se aperceberam disso no estádio e ontem puderam aperceber-se disso outra vez na AG. A violência verbal, que pode facilmente resvalar para a violência física, é o grande responsável por todas as dificuldades que o clube teve desde os incidentes de Alcochete. Portanto, não podemos compactuar com isto. Os sportinguistas já têm dado sinais no estádio, em relação aos comportamentos violentos dos grupos organizados de adeptos. O nosso apelo é que critiquem a Direção, quando acharem que têm que criticar. Mas pacificamente, respeitando os direitos de todos e deixando que a democracia flua. Os sócios do Sporting sempre manifestaram uma profunda responsabilidade no seu sentido de voto. Nós, Conselho Diretivo, estamos muito tranquilos com isso. Não podemos tolerar que as pessoas não estejam para se sujeitar aquela violência verbal que pode resvalar para a violência física nas assembleias gerais. A nossa mensagem é para que os sportinguistas se mobilizem e não permitam que isto suceda outra vez", prosseguiu.
"A relação que estava instituída com os GOA [Grupos Organizados de Adeptos] não era uma relação saudável. Sobretudo porque introduzia uma enorme injustiça na relação do clube com os outros sócios, os GOA eram claramente beneficiados. O que fizemos, já este ano, foi propor um novo protocolo que passava por comprarem bilhetes a um preço reduzido e terem outro tipo de regalias como apoio a viagens e a coreografias comuns. Os GOA aceitaram, com alguma relutância, esta mudança de paradigma. Três dos GOA aceitaram muito bem e adaptaram-se muito bem a este protocolo, sem nenhuma dificuldade. Há um grupo organizado de adeptos que não está muito satisfeito - estou a ser eufemístico - e mobiliza-se no descontentamento ruidoso", concluiu.
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