O líder isolado Sporting evoluiu em relação à temporada anterior e “tem praticado o melhor futebol” na I Liga 2023/24, enaltece o ex-defesa Tonel, antevendo um dérbi “de grande equilíbrio” face ao Benfica, no domingo, da 11.ª jornada.
“Onde está a diferença? Na regularidade e na forma como se encaram os jogos. Muitas vezes, não conseguir vencer aqueles encontros menos difíceis a priori e nas quais se é claramente favorito, como foi o caso de 2022/23, faz quebrar os índices de confiança da equipa. O Sporting não tem facilitado este ano, encara todos os adversários com grande seriedade e respeito e, pelo menos até agora, as coisas têm corrido bem”, sustentou à agência Lusa o ex-internacional português, que alinhou pelos ‘leões’ entre 2005 e 2010.
O Sporting, líder destacado, com 28 pontos, visita o campeão nacional Benfica, segundo colocado, com 25, no domingo, às 20:30, no Estádio da Luz, em Lisboa, em jogo da 11.ª jornada do campeonato, com arbitragem de Artur Soares Dias, da associação do Porto.
“Parece-me que o Sporting deu mostras desde o início [para lidar com a pressão da luta pelo título]. No ano passado, ficou muito cedo arredado e em janeiro já estava a muitos pontos do primeiro [lugar]. Parece-me que agora teremos três equipas a lutar até ao final. Digo três, porque acho que é mais difícil o Sporting de Braga lutar pelo título”, observou.
Tonel elogia o “espírito competitivo” dos ‘leões’, que vêm de uma vitória caseira sobre o campeão polaco Raków (2-1), da quarta ronda do Grupo D da Liga Europa, mas adverte para o fator casa do rival lisboeta, que foi arredado a meio desta semana dos oitavos de final da Liga dos Campeões, ao ceder no terreno dos espanhóis da Real Sociedad (3-1).
“Quando se fala de um clube grande, normalmente há uma reação forte no jogo a seguir. Agora, o impacto vai ter de ser muito bem trabalhado por Roger Schmidt e pela estrutura do Benfica, porque foram 30 minutos [iniciais] horríveis, que hipotecaram por completo o resto da partida. Vamos ver o que acontecerá frente ao Sporting, mas era sempre melhor vencer com uma boa exibição antes de um duelo destes. Não tendo sido assim, acredito que vai ser um Benfica mais resiliente e agressivo, mas com menos confiança”, projetou.
O conjunto de Rúben Amorim continua estruturado num ‘3-4-3’, sistema que foi replicado pelos campeões nacionais nos últimos três desafios, em detrimento do habitual ‘4-2-3-1’, com o antigo defesa central, de 43 anos, a confiar na manutenção dessa variação tática.
“Acho que é um sistema que se encaixa bem num dos pontos fortes do Sporting, que é o jogo pelos corredores. O Benfica pode é mudar quem atua por ali, tal como sucedeu com a entrada do David Jurasék [durante a primeira parte diante da Real Sociedad]. A equipa está a jogar com laterais que não são laterais, sobretudo o João Neves à direita”, notou.
Já quanto a uma eventual indisponibilidade do médio japonês Hidemasa Morita, que tem desfalcado os ‘leões’ por lesão, Tonel equaciona a terceira titularidade seguida de Daniel Bragança ou o recuo de Pedro Gonçalves para junto do dinamarquês Morten Hjulmand.
Desafiado a eleger as principais figuras da temporada do Sporting, o ex-jogador elevou o “momento mais recente” do extremo inglês Marcus Edwards e o “bom início” de Paulinho, que foi suplantado na hierarquia de pontas de lança pelo sueco Viktor Gyökeres, reforço mais avultado de sempre do clube e autor de 11 golos e três assistências em 13 duelos.
“Não estava à espera que chegasse e se impusesse tão rapidamente da forma como se impôs. Acho que tem surpreendido quase tudo e todos. Quem acompanha o futebol sabe que hoje é um valor firme e que foi uma grande contratação, mas o Sporting não está só dependente de um jogador. Mau era. O Sporting é um todo. O Gyökeres surge em foco e com mais oportunidades, pois a equipa tem capacidade para o poder alimentar”, avaliou.
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