Com passagem pelo Sporting entre 2006 e 2010, Tonel, antigo central dos leões, conviveu diretamente com Leonel Pontes, na altura adjunto de Paulo Bento, experimentando os métodos de trabalho de uma equipa técnica que se manteve quatro anos no banco leonino - Uma excepção num clube que nas últimas décadas foi, o que se costuma dizer, um 'cemitério' de treinadores.
Do madeirense, o agora técnico de 39 anos, destaca a frontalidade e a capacidade de trabalho; não tem dúvidas que Leonel Pontes é o homem certo para assumir o lugar de treinador principal do Sporting após a saída de Keizer, até porque será a pessoa indicada para fazer "a ponte entre a formação e a equipa principal".
"Muito feliz. Muito feliz pela pessoa que é, pelo treinador que é. Ele era adjunto do Paulo Bento e é uma pessoa séria, muito frontal, respeitadora, mas alguém que quando tinha que dizer alguma coisa a alguém, dizia. Olhos nos olhos, sem rodeios, uma pessoa direta. Muito empenhada naquilo que fazia, via-se que tinha gosto no trabalho que fazia. É uma pessoa muito ativa, dedicada no trabalho diário. E fico muito contente por ver o Leonel Pontes como treinador principal do Sporting. Se vai continuar muito tempo ou pouco, só as pessoas saberão. E se calhar até os resultados vão dizer alguma coisa. Não sei o que vai na cabeça do presidente ou da direção. Agora que tem capacidade, tem", começou por explicar Tonel ao SAPO Desporto, lembrando o acumular de experiência de Leonel Pontes nos últimos anos.
"Depois de 2009, já teve um percurso em outros clubes. No estrangeiro, em Portugal, no Marítimo, lá fora. Já tem um percurso mais rico que lhe permite chegar ao balneário do Sporting e encarar as coisas de frente. É uma altura difícil, mas tem que ser uma altura de união. Será uma pessoa para fazer a ponte da formação, porque foi o treinador de sub-23, com a equipa principal. Acredito que é a pessoa certa no lugar certo. Agora por quanto tempo...só a direção poderá dizer", prosseguiu.
Marcel Keizer deixou o Sporting depois de um início de época conturbado. A goleada sofrida frente ao Benfica (5-0) ficou 'no goto' dos adeptos e a forma como os leões foram derrotado pelo Rio Ave em Alvalade, na última jornada, ditaram o fim da linha para o técnico holandês. Tonel considera que a forma como o mercado acabou, por ser 'cruel' para os leões no último dia, também poderá ter 'encurtado' a manta do antigo timoneiro do Ajax.
"Olhando para os resultados recentes e para a maneira como o Sporting começou a época não vou dizer que havia alguma dúvida...[a saída] era um cenário que não era impossível. Agora entendo que à quarta jornada tal fosse um pouco cedo. Mas melhor do que eu está a direção para decidir isso e as pessoas lá dentro acharam que era a melhor decisão, até porque são as pessoas que estão dentro da estrutura que avaliam o trabalho diário. Se calhar agora até no final do mercado de transferências existiram algumas opiniões divergentes entre a direção e o treinador, e não conseguiram chegar a um consenso. E isso por vezes desgasta e torna a relação mais complicada entre o treinador e a direção", observou.
Contudo, Tonel não deixou de considerar que Keizer acabou por ter um desempenho positivo ao serviço dos verdes e brancos e elogia o facto do holandês ter agarrado a equipa num momento bastante difícil.
"Para analisar o trabalho, tem que se analisar os dez meses que o treinador esteve no Sporting. E a verdade é que quando ele entrou, correu bem. O Sporting estava num momento muito complicado e ele aceitou pegar na equipa. Ganhou duas Taças para o Sporting. Há que valorizar... O trabalho do treinador foi positivo, saiu como um senhor [como disse Frederico Varandas]. Nesta época estava-se à espera de mais porque num momento de dificuldade as coisas até correram bem. Este ano estava-se à espera que a equipa entrasse com outra dinâmica e com outros resultados e a verdade é que foram maus e levaram a este desfecho", terminou.
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