Acabar bem um jogo para começar bem um campeonato. Para se contar a história do jogo entre Benfica e Estoril, que terminou com a goleada encarnada por 4-0, é preciso começar praticamente pelo fim e deixar o início para mais tarde. De facto, foi preciso esperar 74 minutos para ver o bicampeão nacional acabar com a ansiedade que já se instalava nas bancadas da Luz, onde 53285 espectadores marcaram presença para o arranque da Liga.

A fazer a sua estreia no onze da equipa de Rui Vitória, o avançado grego Kostas Mitroglou soube deixar para trás… das costas os falhanços ao longo da partida e fez de cabeça o seu primeiro golo em Portugal. Gaitán descobriu espaço para o cruzamento e o internacional helénico encontrou o caminho da baliza e a redenção perfeita para a estreia.

Seria um daqueles casos típicos em que o mais difícil estava feito. A partir daí, todos os caminhos do ataque encarnado iam dar à baliza de Kieszek e o guardião do Estoril, desta feita, já nada conseguia fazer para evitar a festa do Benfica. Seguir-se-iam o ‘bis’ de Jonas e o tento do jovem Nélson Semedo, duas das melhores unidades do bicampeão, a par de Gaitán e de Júlio César. Sim, apesar dos 4-0 no marcador, o guardião brasileiro foi fundamental para que a equipa se mantivesse sem sofrer golos e evitando uma pressão ainda maior sobre os ombros da equipa de Rui Vitória.

E é pelas mãos de Júlio César que somos levados ao início do desafio, quando o Benfica estava muito longe de saber que acabaria por golear no arranque da Liga. O Estoril não se resignou ao papel de ‘bobo da corte’ e conseguiu criar muitos embaraços. Aos 10’ chegou mesmo a reclamar grande penalidade num lance muito polémico de Luisão e o técnico Fabiano Soares não conteve os seus protestos. Era apenas o primeiro susto para o Benfica.

A entrada personalizada dos ‘canarinhos’ colocou o Benfica em sentido e só não resultou numa vantagem ao intervalo, porque Júlio César segurou em mais do que uma ocasião o nulo para os encarnados. Que o digam Léo Bonatini e Sebá, que viram o guardião brasileiro brilhar às suas custas. E com isso ruíam as esperanças de um bom resultado do Estoril.

Por fim, uma palavra para a importância das substituições. Se Rui Vitória ganhou a aposta com as entradas de Talisca e Victor Andrade – excelente estreia do jovem brasileiro -, Fabiano Soares viu a equipa claudicar com as saídas de Gerso e Anderson Luís. O Estoril nunca mais foi o mesmo e com isso o Benfica rapidamente cresceu até à goleada final.

Após o encontro, Rui Vitória salientou a concentração da equipa e a ‘resistência’ à ansiedade com a demora no aparecimento do primeiro golo. Já Fabiano Soares recordou as queixas durante o jogo e deixou críticas à arbitragem de Tiago Martins.