Julen Lopetegui voltou a surpreender com o 'onze' que apresentou em Arouca e terá certamente deixado o recinto do duelo de sábado satisfeito com a boa resposta dada pelas apostas. Jogadores como Rúben Neves, Layún e Corona cumpriram com o que lhes foi pedido e mostraram que têm tudo para serem importantes na nova época.

Desde logo, surpreendeu a entrada de Rúben Neves na equipa inicial, já que o jovem médio, uma das coqueluches dos adeptos portistas na última temporada, não tinha ainda sido aposta em 2015/16. Com o número 6 na equipa, no entanto, Lopetegui ganhou um médio defensivo com qualidades distintas das de Danilo Pereira. Ao contrário do ex-Marítimo, que para já se tem apresentado como um trinco mais clássico, Rúben Neves trouxe uma qualidade de passe no 'miolo' pela qual os adeptos esperavam - e que mesmo Herrera ainda não conseguiu exibir. O passe para André André no lance do terceiro golo foi o expoente máximo de uma exibição segura.

Com Neves ao lado de Imbula e André André - também ele uma surpresa na equipa inicial - os 'dragões' tiveram mais critério no transporte da bola até ao ataque, cabendo aos homens das alas - Brahimi e Corona - a tarefa de 'rasgar' uma linha defensiva do Arouca que demonstrou grande coesão nas primeiras três jornadas. E se o argelino esteve algo apagado, exceção feita a um belo cruzamento em busca de Aboubakar ainda na primeira parte, o mexicano teve uma estreia de sonho. Demonstrando grande entendimento com Aboubakar ao centro e com Maxi na ala direita, Corona 'bisou' e acabou por ser a principal figura de um triunfo que podia ter sido mais folgado.

Também na defesa houve retoque do treinador, que preferiu lançar o reforço Miguel Layún e deixar de fora Aly Cissokho, protagonista pela negativa no duelo da segunda jornada com o Marítimo. Ao contrário do francês, o mexicano esteve quase sempre bem em termos posicionais, embora conservador a nível ofensivo.

À frente, Aboubakar voltou a dar cartas e a mostrar que os adeptos portistas não precisam de chorar a saída de Jackson Martínez. Falhou algumas (boas) ocasiões no primeiro tempo, mas esteve sempre muito envolvido nas manobras ofensivas e conseguiu mesmo faturar no segundo tempo, surgindo em boa posição após cruzamento de André André.

Já do lado de um Arouca que tem surpreendido no arranque da temporada, Maurides entrou no segundo tempo para conquistar nota de destaque graças ao golo de honra apontado nos minutos finais. Como um todo, a equipa de Lito Vidigal voltou a demonstrar na primeira parte do jogo que tem argumentos para ser a sensação deste campeonato, em particular pela forma como reagiu ao golo sofrido logo aos 15 minutos de jogo. No segundo tempo, porém, e com mais dois golos encaixados, acabou por não conseguir evitar a derrota diante de uma equipa com objetivos diferentes.