O Vitória de Guimarães, da I Liga portuguesa de futebol, vai apresentar um orçamento para 2017/18 com resultado líquido negativo de 174.614 euros, na Assembleia-Geral de 03 de junho, informou o clube na sexta-feira, no sítio oficial.

A proposta, a ser apresentada, discutida e votada na reunião magna de sócios, agendada para as 14:00, no pavilhão do clube, inclui as atividades desportivas do clube, não as da SAD (futebol profissional e parte do futebol de formação), e prevê um défice praticamente equivalente ao antecipado para a época de 2016/17 (172.500 euros).

O défice no resultado líquido provém das amortizações e depreciações de quase 885 mil euros - menos 20 mil face à proposta de 2016/17 -, uma vez que a previsão para o resultado, já após pagamento de juros e impostos, ascende a uma soma positiva de 710 mil euros.

O resultado operacional (EBITDA) previsto pelo clube vimaranense aproxima-se dos 970 mil euros (ascendeu aos 990 mil, para a época anterior), fruto de rendimentos na ordem dos 3,98 milhões de euros 2016/17) e de gastos de 3,01 milhões (aumento de 6,7%).

O Conselho Fiscal emitiu "um parecer favorável por unanimidade" ao orçamento, por "considerar" que se adequa à "realidade financeira" do clube e que os "atuais níveis de suprimentos" gerados pelo EBITDA vão chegar para o "serviço da dívida estruturada" - o passivo vitoriano no final da época 2015/16 era de 10,83 milhões de euros.

O órgão social, presidido por Eduardo Leite, destacou ainda a subida de 6,6% nas receitas de quotização, para os 1,75 milhões (44% do rendimento total), e a hipótese de a previsão ser "ultrapassada", depois do apuramento para a Liga Europa - a equipa de futebol foi quarta na I Liga portuguesa.

Os rendimentos também cresceram na gestão do património, dos 395 mil para os 464 mil euros, após a instalação de um ginásio no Estádio D. Afonso Henriques e da garantia de exploração de um posto de combustível junto ao estádio, mas, na rubrica Outros Rendimentos, a segunda com maior peso (quase 16% do total), a receita caiu para os 625 mil.

Quanto aos custos operacionais, o orçamento prevê o aumento das receitas de quotização do clube entregue à SAD, dos 1,02 para os 1,11 milhões de euros, e dos gastos com modalidades, dos 622 mil euros para os 725 mil, e com piscinas, dos 325 mil euros para os 372 mil.

O orçamento prevê, aliás, um resultado líquido negativo de 183 mil euros para as modalidades e de 55 mil euros para as piscinas, em oposição ao saldo positivo do futebol de formação, acima dos 64 mil euros, com o Conselho Fiscal a considerar "essencial" que se percebam os valores disponíveis para o "investimento nas modalidades e no financiamento da exploração deficitária das piscinas".

A ordem de trabalhos da Assembleia-Geral do Vitória de Guimarães contempla ainda a apresentação, discussão e votação da atribuição do nome Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense ao seu pavilhão e um período de 30 minutos para a discussão de assuntos de interesse do clube.