Esta sexta-feira, a direção do Sporting apresentou em conferência de imprensa um balanço do trabalho desenvolvido desde que Frederico Varandas assumiu a presidência do clube de Alvalade, em setembro de 2018.
O dirigente do emblema leonino falou sobre a compra de jogadores durante a presidência de Bruno de Carvalho. "Desde 2013 comprámos 108 jogadores. Sabem quantos jogaram mais de 1000 minutos na equipa A? 68. Comprou 38 jogadores diretos para a equipa B, nenhum chegou à equipa A e a equipa B desceu de divisão", atirou Varandas.
"O Sporting nas últimas duas épocas teve os maiores orçamentos da época e ganhou uma Taça da Liga, nos últimos cinco anos ficámos por três vezes em terceiro lugar. Em junho de 2018, o clube perdeu cinco titulares e a principal promessa da sua formação. Nós conseguimos recuperar dois jogadores, e a direção de Bruno de Carvalho conseguiu colmatar essas saídas com as contratações de Viviano e Bruno Gaspar. A Comissão de Gestão contrata Diaby e ainda o empréstimo de Gudelj", recordou o presidente dos 'leões'.
De seguida, Frederico Varandas explicou com que se deparou quando tomou posse do clube. "Dia 9 setembro entramos nós: com um plantel desequilibrado e uma massa salarial elevada. Não é esta a visão que queremos. Queremos um plantel equilibrado, em que hajam grandes figuras mas em que todos possam jogar e acrescentem qualidade. Este mercado de janeiro diz muito da maneira como trabalhamos: entraram cinco jogadores, saíram oito e o Sporting reduziu a folha salarial em 10 milhões de euros por ano... e a qualidade do plantel aumentou. Todos têm capacidade para jogar", garantiu.
"Quero dar a garantia a todos os sportinguistas que nenhuma contratação vai ser investigada pelo Ministério Público, como Alan Ruiz que foi anunciado por 3,9 milhões mas depois aparece por oito no Relatório e Contas", prometeu.
A equipa principal
"Não se vence à custa dos gritos e do histerismo, não se vence na base da ameaça, não se vence com demagogia, com populismo e venda de ilusões. Mas também não se vence a bater com a mão no peito duas ou três vezes, quando se trabalha mal durante a semana. As camisolas por si não vencem jogos, porque seja ela qual for eles não vencem por a vestir. É a qualidade que nos faz ganhar. Capacidade e conhecimento fazem ganhar jogos", afirmou Varandas.
O presidente do Sporting deixou ainda a fórmula para dar a volta à atual situação. "Para isso é preciso estabilidade. Sem estabilidade ninguém vence, ninguém luta pelo quer que seja. Olhem para o tempo que os nossos rivais demoraram a ganhar. Sabemos o que é preciso para o Sporting ser um crónico campeão. E não vamos vacilar. Não foi por termos vencido a Taça da Liga que alteramos a nossa estratégia, assim como não a alterámos na nossa primeira derrota", explicou.
"Quando se tem um rumo bem definido, não se treme. Se temos dúvidas à primeira derrota então não vamos chegar a lado nenhum. Este clube nunca mais sai da espiral negativa e de quase duas décadas sem ser campeão se percorrermos o caminho da histeria e do pânico. O futuro é Sporting. Sporting sempre", garantiu Frederico Varandas.
A formação
"Hoje em dia a pirâmide está invertida. Temos mais miúdos na Academia, do que no polo universitário. Há miúdos na Academia que praticamente não jogam. Plantéis demasiado grandes. Abandonámos a Academia e as estruturas da Academia. Sabem qual é a duração máxima de um relvado? Dez anos. Sabem quanto é que custa remodelar um relvado? 200 mil euros. E os relvados da Academia não estão em condições. Os juniores e o futebol feminino treinavam em campos com buracos", revelou Varandas.
O presidente revelou ainda as condições dos atletas na Academia de Alcochete. "Os atletas da formação dormem com a mesma mobília de há 16 anos. Com os mesmos colchões de há 16 anos. O ginásio está igual, as máquinas rasgadas, tudo igual a 2002, com a data da inauguração. O Sporting num ano vendeu Slimani e João Mário, recebeu 70 milhões e deixaram a Academia assim. Nós não acreditamos na sorte, acreditamos no trabalho. Nós estamos a mudar campos e os quartos dos míudos", referiu.
"Eu aposto no reconhecimento e na inteligência, na uniformização de procedimentos e controlo de treino. Todos os treinos são monitorizados. Hoje os juniores já treinam em campos com dignidade e já construímos cinco campos. Nem Roma, nem a Academia de Alcochete se construíram em cinco dias. As medidas que aqui anunciei vão ter resultados a médio/longo prazo. Estragar é muito rápido, voltar a fazer demora tempo", atirou o presidente do Sporting.
"Quando se vai ao mercado de verão compra-se um jogador feito, já na formação demora-se tempo. Não tenho dúvidas que o treinador vai colocar quem tiver qualidade. A formação vai ser a base, mas para isso vai ter qualidade", afirmou.
No final, Frederico Varandas deixou uma promessa: "Em 2022 a academia fará 20 anos e nesse ano nenhum clube terá uma academia como a nossa".
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