A vitória esmagadora de Vieira, candidato da Lista A à presidência do clube, garante-lhe um terceiro mandato à frente dos destinos do Benfica e representa, também, pelo menos para já, um triunfo sobre os argumentos do seu adversário na disputa eleitoral da lista B, Bruno Carvalho, que se bateu por uma decisão jurídica para alterar as condições de realização do acto eleitoral de hoje.

A eleição desta sexta-feira obteve a segunda maior participação de sempre de sócios num acto eleitoral do clube, com mais de 20 mil votantes.

A contagem registou 20.672 votantes, dos quais 18.825 votaram em Luís Filipe Vieira e 6.610 na lista B, de Bruno Carvalho.

O candidato derrotado Bruno Carvalho só irá reagir amanhã, sábado, ao resultado eleitoral conhecido esta noite, tendo já anunciado uma conferência de imprensa para esse efeito, para o início da tarde.

Bruno Carvalho fez entretanto saber que não desiste de tentar provar que na base do presente acto eleitoral está uma clara violação dos estatutos do clube, facto que o levou a interpor uma providência cautelar, a qual deu origem à citação do Benfica.

Esta sexta-feira, no decorrer da votação, soube-se que o Tribunal Cível de Lisboa condenou Bruno Carvalho a uma multa de 197 euros, mas segundo explicou o candidato da lista B, o processo “nada tem a ver” com a providência cautelar interposta. Francisco Pimentel, o advogado de Bruno Carvalho, explicou que o juiz enviou um requerimento para o Ministério Público que deverá pronunciar-se sobre a existência, ou não, de “abuso de poder” no acto eleitoral.

Francisco Pimentel disse ao SAPO que a multa foi aplicada porque o candidato “fez um desabafo para que o juiz fizesse alguma coisa”. No entanto, realçou o advogado, o mesmo juiz “enviou para o Ministério Público a outra parte do requerimento onde Bruno Carvalho diz que ‘pode haver abuso de poder’” no processo eleitoral.

O advogado disse também que “se esqueceram de dizer que Manuel Vilarinho também foi multado em 197 euros por causa de um outro requerimento”. De acordo com o advogado, Vilarinho pedia a nulidade do processo e o juiz alegou que “ele (Vilarinho) não é parte legítima do processo” e que, por essa razão, lhe aplicou a multa.

A reeleição de Luís Filipe Vieira, esta sexta-feira, está assim rodeada de polémica, sobretudo depois da citação do Benfica, na véspera do acto eleitoral, não estando afastadas eventuais consequências, até mesmo a anulação do acto eleitoral de hoje.