O ex-treinador do FC Porto fez a antevisão do Clássico entre Benfica e FC Porto. Vítor Pereira contou ao jornal OJogo a receita para os Dragões nunca terem perdido com os Encarnados nos três anos que esteve no FC Porto.

O agora treinador do Al-Ahly sublinha que as mudanças que Jesus introduzia na equipa quando defrontava o FC Porto eram sinal de medo, receio, algo que era sempre bem explorado pelo FC Porto.

«Eu comecei a ver alterações no Benfica no ano do Villas-Boas. Ficou célebre aquele jogo [5-0 no Dragão] em que o David Luiz apareceu como lateral esquerdo e o central era o Sidnei, que jogava pouco e apareceu nesse jogo. Esta é a minha opinião mas um sinal destes, a uma equipa, é um sinal de receio. E mais: dá confiança à outra equipa. Quando percebemos que o Benfica ia jogar daquela forma, entendemos que havia ali uma vantagem. O David Luiz ia ter dificuldades nos apoios, defender na lateral é diferente, sobretudo contra um jogador como o Hulk», contou o treinador bicampeão pelo FC Porto.

Vítor Pereira conta ainda que o segredo para bater as Águias está na identidade da equipa, que não deverá ser alterada.

«Quando defrontávamos o Benfica, o que procurávamos era agarrarmo-nos às nossas ideias de jogo, não adulterar fosse o que fosse, acreditar nos nossos processos e impor o nosso futebol. Jogando em casa ou na Luz, conseguimos sempre ser dominadores, ter mais posse e somar melhores resultados. E isso foi possível porque acreditamos no nosso jogo», sublinhou ao OJogo.

O treinador ganhou sempre nos duelos com Jorge Jesus mas nunca se sentiu melhor treinador. Até porque, afirma, não faz sentido dizer que alguém é melhor que alguém.

«Definir se um treinador é melhor do que outro é uma estupidez. Há adeptos que gostam muito da ideia de jogo do Jesus, mas eu tenho a minha e há quem goste. Querer determinar que alguém é melhor do que alguém não faz sentido. Nunca me senti em disputa direta com Jorge Jesus», afirmou.