O Vitória de Setúbal admitiu hoje que o recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) era o cenário mais expectável, face ao impedimento para a inscrição nas competições profissionais de futebol.
A reação do clube ocorre depois de o Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) se ter considerado incompetente para apreciar a contestação à decisão da Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
Os sadinos dizem não ter ficado surpreendidos com a remissão do processo para o TAD.
Em comunicado publicado no seu sítio oficial na internet, os sadinos confirmam ter sido notificados na sexta-feira sobre o recurso apresentado na sequência do chumbo da inscrição nas competições profissionais para a época 2020/21.
“O CJ declarou ser ‘materialmente incompetente’ para analisar o processo, remetendo o mesmo para o TAD. Uma decisão que nos encaminha para aquele que era o cenário mais expectável”, lê-se no documento.
O emblema setubalense refere que a decisão agora anunciada vai ao encontro das pretensões dos responsáveis pela defesa do Vitória de Setúbal neste processo.
“Esta decisão é ainda convergente com a estratégia definida pela equipa de advogados que acompanha o Vitória nesta luta e abre reais perspetivas de que o clube possa disputar a época 2020/21 no lugar que conquistou por direito próprio”, dizem.
Os sadinos frisam a importância de a decisão ser revertida em nome da verdade desportiva.
“A notícia desta decisão chega num momento em que o Vitória aguardava a publicação da mesma apenas no início da próxima semana. Este facto ficará a dever-se à vontade de que o calendário competitivo para a época 2020/21 não sofra alterações. O Vitória continua a acompanhar este desígnio, desejando igualmente que a verdade desportiva seja reposta”, afirmam.
Além do Vitória de Setúbal, o CJ da FPF também se declarou incompetente para apreciar os recursos do Casa Pia e Olhanense, devido ao desfecho das competições face à pandemia de COVID-19.
O Vitória de Setúbal, que terminou a edição de 2019/20 da I Liga no 16.º lugar, acima da zona de despromoção, foi impedido de se inscrever nas competições profissionais, depois de a Comissão de Auditoria da LPFP ter reprovado os processos de licenciamento.
Em causa estavam pressupostos financeiros incumpridos: o clube não conseguiu apresentar prova de “inexistência de dívidas a sociedades desportivas”, a “inexistência de dívidas a jogadores, treinadores e funcionários”, assim como “a regularidade da situação contributiva perante a Autoridade Tributária”, segundo a LPFP.
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