E à segunda jornada o bicampeão perdeu. O Benfica ia a Aveiro com a obrigação de vencer um adversário de muito menor dimensão, mas o futebol é mesmo assim. Um golo madrugador de Roberto, algumas boas defesas do guarda-redes Bracalli e total concentração na hora de defender permitiram ao pequeno Arouca agigantar-se frente a um candidato ao título e levar três pontos para casa.
O golo logo aos 3 minutos de jogo, numa altura em que os jogadores do Benfica procuravam acertar posicionamentos, abalou a 'águia'. Num lance em que tanto o experiente Luisão como o jovem Nélson Semedo têm quota parte de culpa, a equipa de Lito Vidigal chegou a uma vantagem inesperada que permitia sonhar. O concretizar do sonho viria mais tarde.
Após o golo, o Arouca até podia ter baixado de imediato as linhas. Seria a opção mais previsível, mas os arouquenses viram que do outro lado havia um Benfica ainda muito desorganizado e ambicionaram mesmo chegar ao segundo golo, que só não chegou porque Júlio César voltou a brilhar na baliza 'encarnada'. O guardião brasileiro, que não teve culpas no golo, esteve sempre muito atento e conseguiu evitar vários golos do Arouca.
Só a partir dos 15 minutos de jogo apareceu uma amostra do Benfica campeão, precisamente na altura em que Nico Gaitán começava a aparecer. Coincidência? Muito longe disso. O argentino foi quem tomou as rédeas do jogo, usou e abusou da qualidade técnica, mas faltou alguma clarividência na conclusão das jogadas. Ora o último passe não saía bem, ora a finalização era fraca e sem convicção, ora Bracalli fazia uma grande defesa e impedia o empate.
Do outro lado do campo estava Ola John, que voltou a a estar uns bons furos abaixo do mínimo necessário. O holandês acabou substituído por Victor Andrade ao intervalo e o brasileiro foi, em apenas duas jogadas, bem mais perigoso do que John em toda a primeira parte. Tal como Gaitán, não conseguiu conduzir o Benfica ao grande objetivo, o golo, mas bem o tentou.
Carcela e Jiménez foram as últimas cartadas de Rui Vitória mas as estreias dos dois jogadores não surtiram efeitos práticos, numa altura em que a linha defensiva do Arouca exibia grandes níveis de concentração e ia afastando as ameaças do Benfica, que não conseguir bater Bracalli.
Vitória para o Arouca, que é o surpreendente líder da Liga, e derrota para um novo Benfica que continua a ter os 15 minutos demolidores diante do Estoril como único período na nova época semelhante ao campeão dos últimos dois anos.
Para Rui Vitória, porém, houve um grande fator que justificou o resultado: a eficácia. Ou falta dela. O treinador 'encarnado' defendeu que a sua equipa teve lances "mais do que suficientes para marcar um ou dois golos", lamentando a forma como as oportunidades se iam seguindo e desperdiçando.
Já Lito Vidigal apontou os dois guarda-redes em campo como as grandes figuras do jogo, parecendo dessa forma querer lembrar que o Arouca conseguiu, quando pôde, atacar a baliza de Júlio César, que resolveu algumas ocasiões de grande perigo.
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