O presidente da assembleia geral do Leixões, Manuel Dias, tinha um contrato de prestação de serviços jurídicos com a direção a troco do pagamento de 1,865 milhões de euros, foi terça-feira denunciado por um sócio em reunião magna.
A denúncia ocorreu durante a assembleia geral extraordinária convocada para apresentar as contas do clube da II Liga portuguesa de futebol, depois de, a 20 de outubro, esta ter sido impugnada devido a não terem sido cumpridos os prazos para a sua apresentação, o que resultou na demissão dos órgãos sociais.
A agência Lusa teve acesso ao documento que acusa o presidente do Leixões, Duarte Anastácio, de em 01 de novembro de 2017 ter celebrado um contrato com Manuel Dias, a quem era atribuída uma comissão de 220 mil euros, sendo que o valor total a auferir era de 1,865 milhões de euros.
Segundo o artigo 46 do capítulo VII dos estatutos do clube, “nenhum sócio que exerça qualquer função remunerada no clube poderá tomar parte nas assembleias gerais, nem ser eleito ou nomeado".
Na reunião magna que, como é tradicional no Leixões, decorreu à porta fechada, foi ainda explicado com o recurso ao documento, que Manuel Dias, a troco do pagamento dessa verba, iria prestar serviço jurídico ao clube no aumento de 15 para 17 anos do contrato de concessão da bomba de gasolina da Repsol.
Perante este novo quadro, o Leixões passaria a receber 1,620 milhões de euros, contra os 1,850 milhões acordados para 17 anos, mas reduziria as comissões a pagar à gasolineira em 245 mil euros.
O mesmo documento refere ainda que em 09 de junho de 2017 foi "passada procuração a Miguel Nora (designado em maio anterior presidente do Conselho Consultivo do Leixões) para ceder ou dar de locação os terrenos" da referida bomba, propriedade do "Leixões por cedência da Câmara de Matosinhos", estando este assinado pelo presidente Duarte Anastácio e pelo vice-presidente Paulo Pinhal, esta segunda, "falsificada".
Este conjunto de acusações, segundo uma fonte presente na reunião magna, "incendiou os ânimos, tendo havido troca de agressões entre o vice-presidente Paulo Pinhal, o seu colega de direção Paulo Trigo e o líder da claque do Leixões, Jorge Moreira". As autoridades policiais compareceram no local, mas sem que tenha havido detenções.
A Lusa tentou obter uma reação do presidente da direção, Duarte Anastácio, mas tal não foi possível até ao momento.
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