A lista liderada por Bruno Fernandes às eleições antecipadas do Marítimo, da II Liga de futebol, não foi aceite por várias irregularidades, disse hoje o presidente da Mesa de Assembleia Geral do emblema ‘verde rubro’ à agência Lusa.

A Lista C, liderada por Bruno Fernandes, não foi aceite por não preencher todos os requisitos estatutariamente exigidos.

“Apresentaram uma lista proposta por 60 assinaturas, das quais só 20 e poucas é que eram válidas, portanto, as outras não podiam ser aceites”, adiantou José Augusto Araújo, explicando que entre estas existiam “menores de idade, sócios que não eram sócios e uma série de situações que não eram permitidas pelos estatutos”.

Segundo o dirigente, “a lista tem de ser subscrita no mínimo por 50 sócios, com as situações regularizadas, como as quotas em dia e tempo de filiação que não pode ser inferior a um ano, nem ser menores de idade”.

Questionado sobre se houve ou não entrada de uma providência cautelar para impugnar as eleições dos órgãos sócias do emblema madeirense, José Augusto Araújo garantiu que “até ao momento o clube não foi notificado”.

“Não posso confirmar, mas também não a posso negar, porque não sei se foi entregue ou não e se ainda vai ser entregue”, afirmou, enfatizando que espera que o ato eleitoral aconteça na sexta-feira, como ficou inicialmente definido.

Bruno Fernandes representou o Marítimo ao longo de mais de 10 temporadas, tendo, inclusive, registado uma passagem pelo FC Porto na época 2002/03.

O prazo para entrega de candidaturas à presidência do Marítimo, que estava previsto para 06 de novembro, terminou na segunda-feira, após ter sido prolongado devido à publicação tardia por parte do Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira (JORAM), tendo a Lista C entregado a sua a poucos minutos das 17:00, hora estipulada para o final do prazo.

As duas listas apresentadas no primeiro prazo são lideradas por Carlos André Gomes (Lista A) e por Carlos Batista (Lista B), vice-presidente demissionário da direção de Rui Fontes e dirigente, ainda em funções, da Sociedade Anónima Desportiva maritimista.

A queda da direção do clube insular aconteceu após várias demissões nos órgãos sociais, levando a eleições antecipadas, a acontecer em 17 de novembro.

Após as primeiras quatro demissões tornadas públicas em 19 de outubro, nomeadamente dos vice-presidentes Eugénio Mendonça, Carlos Batista, Nuno Aguiar e do vogal Marco Fernandes, juntaram-se os pedidos do conselho fiscal e Mesa da Assembleia Geral do clube.

Rui Fontes, eleito em 22 de outubro de 2021, com 68% dos votos - derrotou então Carlos Pereira, que ocupou o cargo de presidente do clube madeirense ao longo de 24 anos -, vê o seu mandato interrompido, após dois anos, marcados pela descida da equipa principal ao segundo escalão, após 38 anos consecutivos a competir na I Liga.