A comissão administrativa (CA) do Leixões, que milita na II Liga de futebol, acusa hoje em comunicado a empresa Soltráfego do "controlo remoto" do "servidor do computador que gere o sistema de quotas do clube".
No dia a seguir a ter-se reunido com os associados do clube de Matosinhos no âmbito das sessões de esclarecimento que a CA tem promovido, a empresa do antigo presidente da direção e da SAD, Carlos Oliveira, surge no lote das acusadas.
"O servidor do clube e o computador que gere o sistema de quotas do clube é controlado remotamente pela empresa Soltráfego, SA", lê-se no comunicado publicado na página oficial do emblema de Matosinhos na internet.
Carlos Oliveira, contactado pela Lusa, reagiu afirmando que "as pessoas que hoje fazem parte desta CA estão muito impreparadas para exercerem as funções que se propuseram".
"Durante anos, a Soltráfego, numa atitude ‘pro bono’, sempre forneceu novos sistemas informáticos ao clube bem como lhe prestou serviços de apoio e por isso tinha acesso remoto de manutenção aos sistemas que utilizavam quando lhe era solicitado", argumentou o antigo presidente do Leixões.
E acrescentou: "Nunca a Soltráfego teve acesso ao sistema de quotas do clube, porque o mesmo software é propriedade de outra empresa".
Num comunicado com sete pontos, a CA anunciou ainda a intenção de "marcação de uma assembleia geral, para deliberar e votar um possível fecho de contas judicial", uma vez que o Técnico Oficial de Contas, segundo Carlos Correia explicou à Lusa, "recusa-se a assinar os relatórios relativos aos exercícios de 2014/15 e 2015/16".
A CA acusa também o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Manuel Leão de "ainda não ter entregado a ata" da última reunião magna, facto que, em sua opinião, "limita" a ação da comissão.
Informa ainda a comissão ter detetado "falhas nos extratos bancários do clube, nomeadamente levantamentos diários de dinheiro", situação que o membro daquela comissão esclareceu à Lusa "terem ocorrido até 31 de agosto".
"A partir dessa data não conseguimos verificar mais nada pois ainda não conseguimos ter acesso à conta", acrescentou.
"Em relação a outros eventuais factos, que esta CA possa considerar ilegais, aconselho que os participe de imediato ao Ministério Público para que os visados possam ter uma instância em que se possam defender e, eventualmente, pedir responsabilidades contra calúnias que lhe sejam movidas", disse ainda à Lusa o antigo líder da direção e da SAD leixonense.
A CA deu ainda conta que "aguarda esclarecimentos do professor Henrique Calisto para apurar a omissão de dados e incoerências do relatório da comissão de análise do Leixões".
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