O Sporting da Covilhã foi hoje ao Restelo vencer o Belenenses por 3-1, em encontro da nona jornada da Liga de Honra de futebol, vitória essa que começou a ser “construída” no “banco”, onde se sentou João Pinto.

O treinador visitante, antiga glória portista, teve a ousadia, aos 50 minutos, de trocar um médio interior (Dani) por um extremo (Bruno Severino), quando estava em inferioridade numérica, alteração que se revelaria preponderante para a equipa chegar à vitória.

O Sporting da Covilhã esteve em inferioridade numérica desde os 37 minutos, por expulsão do central Wagnão, o que obrigou João Pinto a sacrificar uma unidade atacante (Rincón) para a entrada de um central (Nuno Gomes), que restabelecesse o equilíbrio defensivo.

Cinco minutos volvidos na segunda parte, quando o seu homólogo José Mota ainda parecia hesitar sobre a forma de explorar o facto de ter mais um homem em campo, eis que João Pinto, num golpe de ousadia, sacrificou um médio para abrir a frente de ataque, lançando Bruno Severino para a ala esquerda.

Só quatro minutos depois é que José Mota, com mais um jogador em campo, perdeu o medo e lançou o “pinheiro” Purovic, em detrimento de um médio (Lima), mas, quatro minutos volvidos, Bruno Severino começou a “escrever” o destino do jogo.

Foi ele quem deu origem ao segundo golo, sofrendo penálti que Abdoulaye (jovem central emprestado pelo FC Porto, o melhor homem em campo) aproveitou para colocar o Covilhã em vantagem e recolocar as duas equipas com o mesmo número de jogadores em campo (Arroz foi expulso).

Seria o mesmo Bruno Severino a assinar o terceiro golo em cima do 90.º minuto, mas o Belenenses nunca revelou capacidade, nem mesmo quando esteve em vantagem numérica, para chegar ao segundo golo.

Sendo certo que sem ovos não é possível fazer omeletas, - este plantel “azul” é, de facto, de uma “pobreza franciscana” -, a verdade é que José Mota contribuiu para a derrota por ter reagido tarde e mal, sofrendo uma derrota que deixa a equipa numa posição delicada na tabela classificativa.

Acresce, ainda, que a equipa do ponto de vista colectivo deixa muito a desejar, revelando um atraso significativo em relação aos adversários, cujos princípios de jogo já evidenciam alguma consolidação.

O Sporting da Covilhã foi a primeira equipa a marcar aos 17 minutos, num lance de inspiração individual de Vouho, mas o Belenenses conseguiu empatar aos 23, através de um penálti “caído do céu”.

Jogo no Estádio do Restelo, em Lisboa.
Belenenses - Sporting da Covilhã, 1-3.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores:
0-1, Vouho, 17 minutos.
1-1, Celestino, 23 (grande penalidade).
1-2, Abdoulaye, 58 (grande penalidade).
1-3, Bruno Severino, 90.

Equipas:
- Belenenses: Nené, André Almeida, Arroz, Célio, Tiago Gomes (Luís Carlos, 75), Celestino, Lima (Purovic, 54), Miguel Rosa, Fredy (Balú, 62), Elton e Calé.
(Suplentes: Semmi, Baggio, Barge, Luís Carlos, Pele, Balú e Purovic).
- Sporting da Covilhã: Igor, Zezinho, Wagnão, Abdoulaye, Samson, Flávio, Moía, Dani (Bruno Severino, 50), Fofana, Vouho (Andrezinho, 86) e Rincon (Nuno Gomes, 40).
(Suplentes: Luís Miguel, Nuno Gomes, Kovacevic, Milton, Paulico, Andrezinho e Bruno Severino).

Árbitro: Bruno Esteves (Setúbal).
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Abdoulaye (12), Flávio (22), Wagnão (22 e 37), Arroz (25 e 57), Fofana (25), Dani (45), Elton (60), Celestino (65) e Célio (68). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Wagnão (37) e Arroz (57).
Assistência: Cerca de 300 espectadores.