A Liga de Clubes aprovou as subidas e descidas na Segunda Liga. Reunida em Assembleia-geral desde às 15h30, a maioria dos clubes votou a favor das promoções de Nacional e Farense à I Liga, emblemas que lideravam a prova quando esta foi interrompida devido ao surto de COVID-19.

Os clubes também votaram a favor da descida do Cova da Piedade e Casa Pia ao Campeonato de Portugal. Estes dois clubes ocupavam os últimos dois lugares em março, quando a prova foi interrompida. De recordar que o Governo não autorizou o retomar da II Liga, ao contrário do que aconteceu com a Primeira Liga.

A proposta do Feirense, que solicitava a retoma da Segunda Liga para que a mesma fosse concluída, foi chumbada pelos clubes.

Todos os clubes profissionais estão representados neste AG importante, na sede da LPFP, no Porto. FC Porto e Benfica estão representados ao mais alto nível pelos respetivos presidentes, Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira. Já o Sporting faz-se representar por Miguel Nogueira Leite, do Conselho Diretivo.

Cinco pontos em discussão

Esta AG tem cinco pontos na ordem de trabalhos, entre os quais a discussão do modelo de governação do organismo presidido por Pedro Proença.

A liderança do antigo árbitro tem sofrido contestação e a sua direção já registou as ‘baixas’ de Benfica e Cova da Piedade, antes de Proença apresentar um modelo de governação com uma direção executiva, sem clubes representados – permanecem no elenco FC Porto, Sporting, Tondela, Gil Vicente, Mafra e Leixões.

Em discussão vai estar também o fim precoce da II Liga, inviabilizada no plano de desconfinamento do Governo, em 30 de março, e alvo de várias decisões por parte da direção da LPFP.

Entre estas destacam-se a indicação para a subida de Nacional e Farense, e para a descida de Cova da Piedade e Casa Pia, assim como o plano de apoio aos clubes do segundo escalão, através de um fundo de tesouraria no valor de 1,52 milhões de euros (ME), complementar ao de um milhão criado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Os dois fundos ascendem a 2,52 ME, o que pode representar individualmente para cada clube cerca de 170 mil euros, 108.500 euros através do mecanismo criado pela LPFP e 62.500 euros pelo da FPF.

A suspensão definitiva da II Liga foi alvo de uma queixa junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) por parte do Marítimo, numa ação que deverá ter eco junto dos pretendentes à subida ao principal escalão, como Feirense, Mafra, Estoril Praia e Varzim, e dos despromovidos.

O emblema madeirense também foi o único a opor-se à alteração temporária do Regulamento de Competições da LPFP, que permitiria a inscrição de nove suplentes e a realização de cinco substituições por equipa nos remanescentes 90 jogos da I Liga, exigindo que esta proposta fosse votada em AG.

Estas questões, juntamente como o plano de retoma da I Liga, em 29 de maio último, são os temas sujeitos a votação na reunião magna da LPFP, que deve juntar as 34 sociedades desportivas representantes das 36 equipas dos escalões profissionais.

A I Liga foi reatada, sob fortes restrições e sem público nos estádios, na quarta-feira, naquele que foi o primeiro dos 90 jogos das últimas 10 jornadas, disputadas até 26 de julho.

Além do principal escalão, também a final da Taça de Portugal, entre Benfica e FC Porto, integra o plano de desconfinamento face à pandemia de covid-19, ainda em data e local a designar.