O Gil Vicente está muito próximo de regressar à Liga principal de futebol, cinco anos depois de ter sido condenado a descer devido ao “caso Mateus”, precisando de vencer na recepção ao Fátima, no domingo.

Em Barcelos a euforia é grande e os 12 550 lugares do estádio estão vendidos desde a passada quinta-feira, tendo os adeptos gilistas reservado já um local no centro da cidade para os festejos.

Vencer o Desportivo de Fátima é a palavra de ordem, mas Paulo Alves, treinador dos gilistas, não embarca em facilidades e está convencido de que o adversário vai colocar muitas dificuldades.

Sobre a importância da subida, Paulo Alves considera que os profissionais têm que se valorizar, subir na vida e jogar em ligas melhores.

«Esta equipa técnica e os jogadores são ambiciosos e por isso queremos sempre mais. Para a direcção e adeptos é o voltar a palcos que já foram deles durante muitos anos», sublinhou o técnico, que viveu o drama da descida administrativa como director desportivo e agora está a viver a fase do regresso à elite como técnico principal.

Para António Fiúza, presidente da colectividade, o encontro de domingo será o mais importante da época:

«Será a última final, por isso teremos que o ganhar para subirmos à primeira liga. Há cinco anos tiraram-nos de lá através de um golpe de secretaria derivado ao caso Mateus. Vencemos dentro do campo e depois fomos derrotados da maneira que foi.»

O presidente gilista reconhece que estar na primeira liga é muito importante pois «é o top do futebol nacional e dá maior visibilidade ao clube e aos jogadores. Depois, em termos de receitas a diferença é muito grande».

Relativamente aos desafios que se vão colocar ao clube, António Fiúza referiu:

«Será importante constituirmos uma equipa equilibrada e que lute pelos lugares do meio da tabela.»

O dirigente está convencido de que o Gil Vicente tem condições para se manter na Liga, já que «dispõe de boas infra-estruturas e está inserido no maior concelho do país, com 89 freguesias e 130 mil habitantes».

Em termos directivos, o futuro do Gil Vicente está incerto, pois a direcção de António Fiúza terminou o mandato em Março. Porém, em virtude de não ter aparecido alternativa, a Assembleia-Geral pediu para ficar mais 90 dias.

«Ficamos de bom grado, pois eu sempre disse que não abandonaria o clube», afirmou António Fiúza.