O antigo presidente da Académica José Emílio Campos Coroa faleceu na madrugada de hoje, aos 67 anos, vítima de doença prolongada, disse à agência Lusa um amigo da família.

Carlos Cidade, ex-vice-presidente da Câmara de Coimbra e seu amigo, confirmou à agência Lusa o desaparecimento do médico, que liderou o Organismo Autónomo de Futebol (OAF) da 'briosa' entre finais de 1995 e 2002 e subiu o clube à I Liga na época 2001/2002.

“Campos Coroa era um homem apaixonado pela vida e, para além do seu amor por Coimbra, cidade adotiva, tinha um grande amor que era a Académica”, disse Carlos Cidade, que foi seu vice-presidente durante aquele mandato.

Fernando Pompeu, seu antigo adjunto, disse à agência Lusa que Campos Coroa “era um emblema do futebol da Académica e uma personalidade muito carismática, com um coração enorme e uma paixão pela Académica, que, às vezes, era quase irracional”.

“Costumava dizer que não jogava no Totobola porque colocava sempre a Académica a ganhar e, mesmo que o jogo fosse em casa do FC Barcelona, metia os ‘estudantes’ a vencer”, sublinhou o empresário, que chegou também a ser chefe do departamento de futebol do clube.

Salientando que Campos Coroa era como um irmão, Fernando Pompeu, que integra a atual direção da 'briosa', destacou a “personalidade invulgar, que deixou amizades em todo o futebol português”.

“Estive sempre com ele na Académica, desde o primeiro ao último minuto do seu mandato”, frisou, lembrando ainda a subida à I Liga de futebol na época 2001/02 e o início da construção da academia do clube nos Campos do Bolão.

Filho de pais algarvios, de Faro, que estudaram em Coimbra e se fixaram na cidade, Campos Coroa nasceu em Coimbra em 15 de agosto de 1954 e licenciou-se em medicina, tendo optado pela especialidade de oftalmologia.

Segundo Carlos Cidade, ex-presidente da Comissão Política Concelhia do PS, antes do 25 de abril de 1974 já era militante socialista.