Os jogadores e o treinador do Famalicão, que garantiu a subida à I Liga de futebol, destacaram, este domingo, os adeptos durante a época encheram o estádio e agora pintam a cidade de ‘azul' enquanto aguardam os seus ‘heróis'.
"É um momento maravilhoso. Um trabalho da estrutura do Famalicão e destes jogadores que claramente assumiram que queriam atingir a I Liga. E este Famalicão, este povo, estes adeptos, 25 anos à espera, finalmente conseguiram e merecem", disse Carlos Pinto, treinador que abraçou o comando técnico dos famalicenses à 26.ª jornada, substituindo Sérgio Vieira.
O clube de Vila Nova de Famalicão assegurou a sétima presença no principal escalão do futebol português, 25 anos depois, ao juntar-se ao Paços de Ferreira entre os promovidos da II Liga.
A subida foi confirmada quando faltam três jornadas para o fim do campeonato, com a vitória caseira frente ao Vitória de Guimarães B por 4-1 na manhã de hoje, beneficiando da derrota do Estoril Praia por 4-2 em casa do Penafiel esta tarde.
Por isso, o dia vai longo em Famalicão, mas parece estar para durar, uma vez que os aficionados do clube minhoto continuam a chegar à Praça Álvaro Marques, onde se localiza a Câmara Municipal.
Carlos Pinto e o plantel começou a subida ao autocarro descapotável que circula pelas ruas da cidade, pelas 20:00 e duas horas volvidas ainda não chegou ao destino.
"Isto é muito especial, esta subida, porque a massa associativa do Famalicão, uma massa associativa que traz 3.000 ou 4.000 pessoas aos jogos, é incrível. Já falei com os jogadores e dei-lhes os parabéns por este feito, pelo trabalho e pela época fantástica que realizaram. Agora é a vez de festejar", acrescentou Carlos Pinto.
Mais eufórico, aliás quase sem voz, Jorge Miguel, defesa esquerdo que começou carreira no Famalicão, conta que o plantel "passou por muito" para conseguir a subida e, olhando em frente para o ‘mar' de gente nas ruas, aponta: "Isto só demonstra a grandeza deste clube. Nós merecíamos isto e fizemos tudo para conquistar".
Também Feliz, considerado por muitos o ‘coração' da equipa pelo número de assistências e pela mestria nas bolas paradas, fala de raspão aos microfones dos jornalistas. Há pressa em seguir até ao centro e as buzinadelas, os brindes com cerveja - aliás os ‘banhos' de cerveja que cada jogador inflige ao colega - e os cânticos e as solicitações dos adeptos a isso obrigam.
"O segredo é muito trabalho e ter uns adeptos como estes que nos empurram e nos ajudam muito", disse o avançado.
Também Defendi, guarda-redes brasileiro que chegou a Famalicão esta época, fala em "paixão".
"Conseguimos e agora é hora de comemorar. Tenho pouco tempo aqui, mas sinto paixão. Paixão pelos adeptos, paixão pela equipa e pela família que criamos aqui. Esta gente é fantástica", descreveu.
Ouvem-se foguetes, há fumo ‘azul' e ‘amarelo' e os pais colocam os filhos às cavalitas.
"Famalicão allez, allez", entoa pela praça. O plantel chegou ao centro do concelho e vai subir à torre da Câmara Municipal. Aos pés uma multidão de gente. O Famalicão voltou à I Liga, depois de uma ‘via sacra’ de duas décadas e meia.
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