Apesar da sexta posição, com 25 pontos, menos oito do que o líder Beira-Mar, o espírito dos jogadores do CD Trofense - que na época passada assinalou a sua primeira passagem pela Liga Principal, em 78 anos de história - é de optimismo e Maciel (avançado) e Cláudio (defesa) dão voz a essa confiança.
Ambos chegaram à Trofa esta época: Maciel, vindo do União de Leiria, integrou o plantel de Vítor Oliveira no início da temporada, enquanto Cláudio estreou-se frente ao Sporting, em jogo a contar para a Taça da Liga, depois de ter saído do FC Vizela em Janeiro deste ano.
A experiência de ambos os jogadores no que toca a lutar pela subida de divisão é bem diferente. Maciel foi um dos obreiros da promoção do União de Leiria na época passada, enquanto Cláudio esteve entre o grupo de vizelenses que viu o clube minhoto descer, devido a casos de corrupção, à II Divisão Nacional, quando na época anterior (2007/08) a equipa vizelense lutava pela ascensão ao escalão máximo do futebol português.
Com Hélder Sousa (médio), Williams (avançado) e Riça (guarda-redes), colegas que reencontrou na Trofa, Cláudio viveu a desilusão de não ter conseguido chegar ao “escalão dos grandes”.
O defesa brasileiro ainda marcou (aos 36 minutos) o primeiro golo de uma vitória por 3-1 frente ao Olhanense, a 11 de Maio de 2008, em Vizela, mas além de vencer, os vizelenses precisavam que o Rio Ave caísse perante o Feirense.
Durante 30 minutos, na última jornada da época 2007/08, o Vizela sonhou, mas Evandro marcou (1-1), a cinco minutos do fim do campeonato, o golo que ditou a subida do Rio Ave em detrimento dos minhotos. Aos vila-condenses bastava o empate.
“Não quero voltar a viver esse momento. Foi muito triste, muito angustiante e muito frustrante. Estivemos quase, quase lá. O Vizela merecia... Agora, aqui na Trofa, reencontrei colegas de equipa que também viveram essa tarde. Já comentámos que não podemos voltar a viver o mesmo”, disse à Agência Lusa, Cláudio.
Por seu lado, Maciel esteve entre os pupilos de Manuel Fernandes e viveu a ascensão do União de Leiria na época passada.
O avançado descreve a luta pela subida como “meteórica” e aponta “culpados”: “O treinador e o Carlão... Lembro-me de estarmos a 12 pontos do primeiro lugar quando começou a segunda volta do campeonato. Quando o Carlão começou a jogar e a marcar golos atrás de golos, percebemos que era possível. Ele e o treinador foram importantíssimos. Estamos a oito pontos agora... então claro que é possível”, afirmou à Lusa.
Questionado sobre o porquê de tanto optimismo, Maciel lembrou que, a par do colega de equipa Tiago, também proveniente da União de Leiria, sente que a experiência de luta pela subida pode ser “decisiva”.
Já Cláudio garante que tudo fará para não voltar a viver momentos “frustrantes” e destaca o “espírito vencedor” do clube da Trofa. Ambos apontam o Beira-Mar, o Santa Clara e o Portimonense como “adversários directos”.
“Sabemos que dependemos de outros resultados, mas estamos confiantes porque temos muita vontade de vencer. Os trofenses merecem. É possível e podem acreditar em nós”, concluíram.
O Trofense prepara hoje a deslocação ao terreno do Desportivo das Aves, 10.º classificado, com 21 pontos. Este encontro da 18.ª jornada está marcado para domingo, a partir das 15:00.
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