Os dez melhores clubes da II liga portuguesa de futebol passarão a receber todos os anos um jogador chinês, anunciou, em Pequim, Martin Lee, presidente da Ledman, a multinacional chinesa que patrocinará a competição.
O acordo, que entra em vigor na próxima época, prevê ainda "uma taxa de utilização dos jogadores", assegurou Lee perante mais de 150 jornalistas chineses, sem avançar um valor específico.
"Iremos escolher os melhores atletas chineses para participar neste intercâmbio e formaremos uma equipa de profissionais portugueses para garantir que se integram em Portugal", explicou o empresário.
Já o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, que fechou em Pequim o acordo com a Ledman, recusou confirmar aqueles números e apontou o intercâmbio de jogadores chineses como uma "possibilidade remota".
"Fundamentalmente, vai ser um patrocínio para a II Liga, embora se abram portas para que abranja a Liga de Portugal como um todo", explicou à agência Lusa o ex-árbitro internacional.
Com sede em Shenzhen, uma das mais prósperas cidades chinesas, situada junto a Hong Kong, a Ledman é especializada no fabrico de painéis publicitários de alta resolução, utilizados sobretudo em estádios de futebol.
É ainda patrocinadora das duas principais ligas de futebol da China e tem uma participação de 25 milhões de euros na Infront Sports & Media, empresa suíça que detém os direitos de transmissão dos jogos do Mundial da modalidade.
O acordo prevê ainda que aquela companhia passe a deter os direitos de imagem dos jogadores a atuar na II liga - que se passará a chamar Ledman LigaPro - e os direitos de publicidade dos jogos.
"O futebol é uma parte do sonho chinês e nós, como firma, queremos contribuir para o desenvolvimento da modalidade na China", afirmou Martin Lee.
Apoiado pelo presidente chinês, Xi Jinping, o "sonho chinês" para o futebol passa por três etapas: qualificar-se para a fase final do Mundial, organizar um Mundial pela primeira vez e um dia vencê-lo, proeza nunca alcançada por um país asiático.
São metas audaciosas para um país que figura em 82.º lugar no ‘ranking’ da FIFA e cuja participação em Mundiais se resume à edição de 2002, disputada na Coreia do Sul e Japão.
Já para o Mundial de 2018, o ‘gigante’ asiático está praticamente eliminado.
Mas Pedro Proença prefere ver as coisas pela positiva: "Sabemos que o futebol passou a ser uma demanda do próprio Governo chinês e este protocolo abre novas portas aos profissionais portugueses".
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