Artur Moreira reconhece ter “falhado”, mas estar “de consciência tranquila”: “Não foi para isto que aceitei este cargo, tudo o que se tem passado tem sido um fardo muito pesado para mim”.

“Sei que podia ser a pessoa para mediar o diálogo entre as partes envolvidas, coloquei as pessoas a falar e fiz tudo o que estava ao meu alcance, mas, infelizmente, tem sido um diálogo de surdos”, acrescentou o responsável “auri-negro”.

Artur Moreira desabafou que se encontra “sozinho” nesta luta e sublinhou: “Tenho abdicado da minha vida pessoal para resolver inúmeras situações, mas não me posso comprometer com as questões de impostos, tanto de IRS, como de Segurança Social”.

À frente do clube de Aveiro desde a demissão da Comissão Administrativa, a 08 de Outubro, Artur Moreira diz que já se atingiu o “ponto de ruptura”, afirmando: “Tenho elogiado a atitude de todos mas está instalado um mau estar”.

O dirigente frisou ainda: “Não é só o futebol profissional que me preocupa, é toda a estrutura do clube, os funcionários, as modalidades, a formação”, disse, acrescentando: “O Beira-Mar é uma instituição de utilidade pública”.

Sem querer apontar culpados ou fazer juízos de opinião sobre a situação a que o clube chegou, Artur Moreira esclareceu: “É preciso arranjar soluções para o imediato, porque senão não há plano de médio e longo prazo que se concretize”.

O responsável aveirense convocou uma Assembleia Geral para sexta-feira (20 de Novembro), na qual apresentará a renúncia ao cargo, caso não surja nenhuma solução para o vazio directivo que se instalou na formação “auri-negra”.

O Beira-Mar está actualmente com dois meses de salários em atraso, prazo legal para que funcionários e atletas do futebol profissional possam pedir a rescisão do vínculo laboral.

Apesar da crise, o clube mantém-se no terceiro lugar da Liga de Honra, com 16 pontos, os mesmos que o Santa Clara e menos um do que o líder, o Portimonense.