José Mendes completou esta semana 15 anos na presidência do Sporting da Covilhã, líder da II Liga de futebol, considerando que, pela obra realizada, já entrou na história do clube há mais épocas consecutivas a disputar o segundo escalão.
A cumprir o sexto mandato, o dirigente sublinha que as suas premissas são a estabilidade financeira dos ‘leões da serra’, há 12 temporadas seguidas na II Liga, continuar a ser "um clube cumpridor" e criar condições, com as infraestruturas em curso, para o Sporting da Covilhã regressar aos grandes palcos do futebol nacional.
"Andei 10 anos a pagar dívidas. Depois meteu-se-me na cabeça que tinha de deixar obra, porque amanhã ninguém se irá lembrar do presidente e das direções que andaram a pagar dívidas. Pensei em remodelar o Estádio Santos Pinto, tenho agora a ideia de fazer a academia e isto são duas obras que nunca mais as pessoas vão esquecer. Estamos a fazer história no clube. Eu já tenho uma história no clube que não é de um ano nem dois", sustentou José Mendes, em declarações à Lusa.
O dirigente não adiantou valores, revelando apenas já terem sido despendidos nas obras "alguns milhões de euros".
"Tenho 60 anos e não me lembro de ver um presidente do Sporting da Covilhã a investir como nós já investimos no clube", acentuou José Mendes.
O presidente dos ‘leões da serra’ recordou os "problemas financeiros graves" do clube quando assumiu funções, numa altura em que "não se fiava uma garrafa de gás ao Sporting da Covilhã".
"Foi um desafio, mas como nunca tive medo de trabalhar, achei que era capaz de dar a volta à situação", realçou.
O emblema serrano, apesar de ter "um dos orçamentos mais baixos da II Liga" e do investimento na remodelação do estádio e na construção da academia, "nunca foi tão saudável em termos financeiros como neste momento", garantiu o presidente, militar na reserva e ex-empresário de jogadores.
Os anos mais difíceis da sua equipa de trabalho foram os primeiros. "A estratégia" passou "por socorrer-se" dos seus conhecimentos no mundo do futebol para conseguir o empréstimo de jogadores e, com o valor poupado em ordenados, pagar os compromissos financeiros e as despesas correntes. "Só Deus, eu e os meus diretores é que sabemos os sacrifícios que passámos", vincou.
Só passados alguns anos alcançou a estabilidade que permitiu começar a firmar contratos com mais jogadores, a ganhar dinheiro com transferências e a dar maior estabilidade desportiva à equipa.
Os ‘custos da interioridade’ (um jogador pedir mais dinheiro para se mudar para a Covilhã), as despesas com deslocações e o desgaste da equipa com as constantes viagens passaram a ser considerados "o normal".
José Mendes sublinhou ser mais difícil gerir um clube na II Liga do que no principal escalão, "porque os custos são elevados e as receitas são poucas".
"Aquilo que eu penso é cada vez mais estruturar o clube para chegar à I Liga, cada vez mais dar condições aos atletas, cada vez mais formar um melhor plantel, mas sempre dentro do orçamento", sustentou.
Uma das bases está a ser lançada com a construção da academia, onde José Mendes pretende trabalhar com mais condições, maior rigor e exigência, "em vez de se andarem a entreter os miúdos", com o objetivo de aparecer mais gente com qualidade e mais jogadores poderem alimentar o plantel principal, como acontecia quando a equipa disputou a divisão principal.
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