António Albino, presidente do Académico de Viseu, clube da II Liga portuguesa de futebol, disse hoje que pondera não se recandidatar, caso não tenha garantias de mais apoios ao clube.

A cerca de um mês do ato eleitoral, que deverá acontecer no início de julho, António Albino disse à agência Lusa que vai pensar, seriamente, se avança para novo mandato na presidência do clube beirão, que se prepara para jogar mais uma época na II Liga de futebol.

Há uma década a liderar os destinos do clube viseense, António Albino assume algum desencanto pelo que considera "falta de apoio da cidade e dos viseenses", adiantando que "é fácil dizer que o Académico de Viseu deveria estar a jogar na I Liga, mas depois quando é preciso apoiar o clube esses apoios não aparecem".

Há dois anos, após a subida do Académico de Viseu à II Liga, António Albino chegou a ponderar não avançar, pelas mesmas razões que agora evoca, e que passam por algum alheamento dos viseenses à vida do clube.

Apesar do esforço feito nos últimos dois anos, o número de sócios não aumentou da forma que os dirigentes do Académico de Viseu esperavam. As próprias condições do Estádio Municipal do Fontelo, onde o Académico de Viseu faz os seus jogos, são questionadas pelo presidente academista, em especial pelo conforto que não proporciona a quem vai ver os jogos "em especial durante o inverno, onde, com exceção da bancada principal, os adeptos são obrigados a ficar à chuva e ao frio, e com as regras da Liga, que não permite a entrada de guarda-chuva, é muito desconfortável para os adeptos".

Por estas razões, o dirigente defende que a autarquia viseense, proprietária do estádio, deveria "fazer algumas obras que tornassem o Fontelo mais confortável", adianta, para depois deixar ainda mais alguns reparos.

"Os balneários também precisam de obras, assim como os camarotes, e há ainda o problema do controlo de entradas que deveria ser com torniquetes para ver se acabam as ‘borlas’, porque não é possível continuar a ter 500 euros de receita nos nossos jogos em casa", disse.

Esta indefinição está também a condicionar a renovação de contrato com o treinador Ricardo Chéu, com quem António Albino garante que tem acordo, mas o técnico também já assumiu que só com garantias de que o Académico de Viseu possa lutar pela subida no próximo ano é que renovará pelo clube.