O presidente do Penafiel, Augusto Teixeira, apresentou hoje a demissão em assembleia-geral do clube, na qual os sócios aprovaram a constituição de uma sociedade desportiva unipessoal por quota.

O dirigente penafidelense alegou que perdeu «toda a legitimidade no cargo com a criação do novo modelo de empresa» e considerou que «a atual conjuntura económica do país tem reflexos óbvios no Penafiel».

«Não tenho condições para continuar à frente do Penafiel. E a minha decisão é irreversível, a menos que surjam, até ao dia 30 de maio, altura em que saio de vez do clube, novos apoios financeiros. Não posso ser sempre eu a andar sozinho com o clube às costas», explicou Augusto Teixeira, para quem este «este é um dia muito triste» na sua carreira de dirigente.

Em relação ao novo modelo do Penafiel, que se baseia numa sociedade desportiva unipessoal por quota, o presidente afirmou: «Não posso acreditar neste tipo de modelo tendo em conta a experiência que vejo nos outros clubes que o usam. Hoje são esses clubes que têm piores situações, têm os piores passivos».

Augusto Teixeira defendeu que «em Portugal não há lugar para tantos clubes profissionais» e admitiu ainda que o Penafiel poderá ter «que jogar nos campeonatos amadores».

«Nos primeiros anos acho que ainda é possível que se aguente mas ao final do terceiro, e seguindo este modelo, o Penafiel terá que se mentalizar que vai acabar mesmo por descer aos amadores», frisou.

Na assembleia-geral extraordinária foram aprovadas alterações aos estatutos do clube, de forma a que se possa dar andamento ao processo para colocar em vigor o novo modelo, algo que deverá estar totalmente concluído, para todos os clubes profissionais, até ao dia 1 de Maio.