A SAD do Leixões acusou hoje o presidente do clube, Duarte Anastácio, de estar por trás dos atos de violência ocorridos no domingo após o jogo com o Varzim e retira apoio à claque do clube.

Criticado após ter aceitado o convite de Rui Rego para ser presidente da SAD do Sporting caso o candidato vença as eleições de 08 de setembro, Paulo Lopo informou na segunda-feira ter suspendido as suas funções no Leixões de 06 de agosto até ao dia do ato eleitoral no clube lisboeta.

Hoje, num extenso comunicado publicado na página oficial no Facebook, a SAD escalpeliza a relação com a direção leixonense liderada por Duarte Anastácio, que, durante o jogo com Varzim assistiu ao jogo não na tribuna presidencial, mas em camarotes no Estádio do Mar.

No documento, a SAD considera que a atitude de "algumas pessoas da direção do Leixões nada tem a ver com aquilo que deveria ser o clima institucional entre as partes", culpando a "ambição pessoal do presidente do clube, Duarte Anastácio, que, após várias tentativas frustradas de aquisição da maioria do capital social da SAD, em proveito próprio e não para o clube, decidiu entrar por outros caminhos menos claros".

Num exercício contabilístico, a SAD detalha o investimento feito desde que assumiu funções em 02 novembro de 2016, e que começou com o "adiantamento de 4.000 euros ao clube" para o "pagamento [do fornecimento] da luz à EDP", tornando assim "possível a realização do jogo com o [Académico de] Viseu", que resultou numa derrota em casa por 0-1.

Dando conta de que, quando foi adquirida a maioria do capital social da SAD, esta estava em "falência técnica", somava "dívidas superiores a quatro milhões de euros" e tinha "penhoradas as contas bancárias na Caixa Geral de Depósitos e no Montepio Geral", foram ainda contabilizados "salários em atraso a 29 jogadores da época anterior" e também a "nove colaboradores do clube".

O posterior recurso ao Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES) para a Segurança Social e Autoridade Tributária e um Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), acrescenta a SAD, permitiu abater 944 mil euros a essa dívida.

Na relação com a direção do Leixões, a SAD "elaborou um contrato sobre o valor da dívida corrente, à data de 09 outubro de 2017" no valor de "mil euros por mês, em 44 prestações, que por força das necessidades do clube já foi abatida extraordinariamente", somando em "agosto de 2018, 25.000 euros".

Lamentando o "hábito da direção de não pagar os seus impostos", acusa-a de se "aproveitar do facto de a SAD necessitar de ter tudo regularizado a cada janela de transferência" para poder inscrever os jogadores para que estes fossem pagos pela administração, valores que foram "descontados no protocolo".

A SAD informou ainda ter pagado em junho de 2018 "15.000 euros para fazer face a cheques do clube que tinham sido pagos à Luanvi e que alegadamente não teriam cobertura" e acusou Duarte Anastácio de "deixar de aproveitar uma verba de 100 mil euros" da Câmara de Matosinhos para obras, alegando que "não sabia".

A terminar, a SAD informa ter procedido ao "cancelamento do protocolo com a claque do Leixões para a oferta de bilhetes" até que a mesma se demarque publicamente dos incidentes após o jogo com o Varzim, reiterando que a SAD do Leixões "não está a venda" e que o projeto "manter-se-á, independentemente do resultado das eleições do Sporting".

"A empresa [SAD] é e será maioritariamente da Playfair, propriedade do presidente Paulo Lopo, que não deixará o projeto até que o nosso clube esteja de volta à primeira divisão", conclui o comunicado.