“Vamos mudar de nome, que passará a ser Aves Futebol Clube SAD, e de símbolo, mas as cores vermelha e branca do nosso equipamento mantêm-se. Teremos de jogar como União Desportiva Vilafranquense SAD em Rio Maior até 30 de junho e vamos continuar a fazê-lo com todo o gosto, até porque temos uma boa relação com o clube e as pessoas. Infelizmente, não deu para ficar lá. Fecha-se um ciclo e abre-se outro bastante melhor”, reiterou hoje o presidente da sociedade, Henrique Sereno, em conferência de imprensa.
Os associados do refundado Desportivo das Aves 1930, que alinha na Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto, aprovaram no sábado o acordo negociado junto do Vilafranquense SAD para que o quinto classificado da II Liga possa utilizar o seu estádio.
“É bem claro que vai ter de haver muito investimento aqui. O recinto esteve sem obras e manutenção durante dois anos e meio e sabemos que vamos despender muito dinheiro. Não sabemos ao certo quanto, mas será uma grande quantia. Estamos dispostos a fazer isso e certamente que irão existir condições bem boas na próxima temporada”, apontou.
Fonte dos avenses informou no domingo à agência Lusa que os contratos e documentos estabelecidos entre as duas partes foram ratificados por maioria numa assembleia geral extraordinária efetuada na Vila das Aves, freguesia do concelho de Santo Tirso, na qual houve oito abstenções e quatro votos contra, num universo eleitoral de quase 200 sócios.
Em discussão estava uma proposta de arrendamento do Estádio do CD Aves durante um período de 10 anos pelo emblema de Vila Franca de Xira, concelho do distrito de Lisboa que está localizado a 320 quilómetros da Vila das Aves, pertencente ao distrito do Porto.
“Passámos por uma fase em que não fomos tão bem recebidos, não pelos adeptos, mas por pessoas que estavam ligadas à cidade [de Vila Franca de Xira]. Queríamos um clube onde nos sentíssemos bem-vindos e essa foi a principal razão por termos escolhido este local. É muito importante para qualquer projeto ter essa união”, referiu Henrique Sereno.
O acordo “é automaticamente renovável” no final dos 10 anos e permite à SAD ribatejana solucionar o processo de venda da sua licença de participação na II Liga, além de passar a assumir o controlo das diversas camadas jovens do Desportivo das Aves 1930.
“Esta solução foi muito importante, porque nada temos a ver com o Aves 1930, que tinha uma situação catastrófica e vai cessar o seu futebol após 30 de junho. Nós iremos deter 100% da SAD e esperamos ter dois campos de treino concluídos nesse mês”, observou, sobre os terrenos pertencentes à Junta de Freguesia e aos Bombeiros da Vila das Aves.
O futebol profissional regressa ao horizonte daquela freguesia tirsense três anos após o ‘adeus’ à I Liga do atual líder da Série 4 de manutenção na Divisão de Honra portuense, que continuará a gerir as suas equipas de futsal e vai abrir uma secção de basquetebol.
Os avenses estão impedidos há duas temporadas pela FIFA de inscrever novos atletas, na sequência de um conjunto provisório de 17,1 milhões de euros (ME) de dívidas a 110 credores da respetiva SAD, que foi declarada insolvente em 2021, a pedido do Oriental.
Despromovida pela via desportiva à II Liga em 2019/20, a sociedade então liderada pelo chinês Wei Zhao enfrentou diversas rescisões unilaterais de jogadores, equipa técnica e funcionários e falhou o licenciamento para as provas profissionais da época seguinte, prescindindo de competir no Campeonato de Portugal, então terceiro escalão nacional.
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