À terceira foi de vez. Depois de uma derrota (0-4) e um empate (0-0), Cabo Verde conseguiu finalmente vencer Portugal, em mais um amigável disputado em solo luso.

No estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, os cabo-verdianos aderiram em massa ao apelo lançado pelos jogadores dos "Tubarões Azuis" mas também pela Federação Portuguesa, para encher o estádio e ajudar as vítimas da erupção vulcânica na Ilha do Fogo. Com quase sete mil nas bancadas, na sua maioria cabo-verdianos, os comandados de Rui Águas deram um "show" de bola, principalmente na primeira parte.

Júlio esteve perto do primeiro aos 11, Nuno Rocha falhou o 1-0 aos 21 mas aos 38 a turma crioula vai fazer o 1-0. Odair fez um centro/remate na direita, a bola ganhou um efeito estranho e entrou ao segundo poste. Era a loucura nas bancadas, com os cabo-verdianos a festejarem com muita batucada, danças e olés.

Cinco minutos depois surgiu o 2-0. Heldon marcou um livre que Júlio desviou ao primeiro poste. Apareceu Gegê no segundo poste a confirmar o golo, fazendo o 2-0 e dando mais colorido a superioridade dos "Tubarões Azuis" em campo. Na primeira parte, destaque para duas grandes defesa de Vozinha, a negar o golo a Vieirinha e a Bernardo Silva.

No segundo tempo, Portugal entrou melhor, tentou marcar um golo que o colocasse na discussão do resultado mas sofreu um revés aos 60 minutos. O central André Pinto travou Heldon em falta quando este ia isolado para a baliza. Cartão vermelho para o central português, que deixou a sua equipa em maus lençóis.

Até ao final, Cabo Verde limitou-se a fazer circulação da bola, mantendo a posse, para delírio dos adeptos que iam gritando Olés nas bancas sempre a que a bola passada de um cabo-verdiano para outro.

A sorte esteve com os "Tubarões" já que na parte final Portugal teve três boas oportunidades para marcar mas falhou. O central Steven Fortes fez uma boa estreia, entrou no lugar de Fernando Varela mas quase "borrava a pintura", num lance quem perdeu a bola para Ukra.

Na seleção de Cabo Verde, destaque para Heldon, um dos mais perigosos, tal como Odair Fortes. Júlio Tavares deu muito trabalho aos centrais lusos. No meio, Nuno Rocha e Semedo controlaram as operações. Gegé fez um grande jogo na defesa, tal como o lateral Jeffrey. Vozinha foi enorme na baliza e negou o golo de Portugal em quatro ocasiões.

No final, a festa foi cabo-verdiana, com os jogadores a festejarem junto dos seus adeptos. Ao intervalo, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol entregou um cheque de 50 mil euros à Jorge Carlos Fonseca, presidente da República de Cabo Verde. Uma ajuda da FPF para as vítimas da erupção na Ilha do Fogo.

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