O presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Vítor Osório, garantiu esta terça-feira que os problemas salariais com o selecionador do país, o português Rui Águas, estão a ser resolvidos normalmente e que não há motivos para alarme.

"Houve situações pontuais salariais que estão a ser resolvidas com normalidade. Não há motivos para grande alarido. São coisas normais. A situação ocorreu em função de várias circunstâncias que não interessa, por questões éticas, serem tornadas públicas", afirmou o dirigente federativo à agência Lusa.

A imprensa cabo-verdiana noticiou há duas semanas que Rui Águas e o seu adjunto, Bruno Romão, têm sete meses de salários em atraso e que o técnico luso estará de saída do comando técnico dos ‘Tubarões Azuis’.

Vítor Osório garantiu à Lusa que "o treinador não sai" e que as notícias "não têm nada a ver com a realidade": "o Rui Águas é o nosso selecionador e assim vai continuar", reforçou.

O presidente da FCF afirmou que o importante não são os meses de salário em atraso da equipa técnica - o próprio já tinha dito que eram seis meses e meio - mas sim que as questões sejam "encaradas e resolvidas".

"Isso é o mais importante e é isso que está a ser tratado pela federação, através dos seus parceiros e patrocinadores", afirmou.Na semana passada, a ministra da Educação e Desporto de Cabo Verde, Fernanda Marques, garantiu que o governo "não deixará cair" o trabalho feito pela seleção de futebol, adiantando que estava a analisar com a federação o atraso nos salários da equipa técnica.

Fernanda Marques lembrou que "as leis internacionais de gestão do futebol impedem qualquer interferência dos governos em relação às federações nacionais", postura que o executivo cabo-verdiano pretende manter, mas informou que a Direção Geral dos Desportos e a Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF) estavam em contacto sobre a questão.

Vítor Osório lembrou à Lusa que o Governo é o principal parceiro e sempre esteve ao lado da federação e também que o Executivo já tem todos os dados disponíveis para o assunto ser tratado.

A remuneração da equipa técnica cabo-verdiana é assegurada em parte pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), resultado de um acordo verbal feito com a antiga direção da FCF, então liderada por Mário Semedo.

Questionado se o problema de atraso dos salários foi gerado em Cabo Verde ou em Portugal, Vítor Osório recusou entrar em pormenores devido a "situações protocolares entre instituições", mas afirma que o mais importante é que o assunto está a ser resolvido pela FCF e parceiros.

"Essa tentativa de criar mal-estar entre a FCF e a FPF não existe. Existem excelentes relações que já veem do passado e que continuam. São situações privilegiadas que vamos manter", terminou o líder associativo.