A Associação de Futebol de Lisboa (AFL) anunciou hoje que irá assumir um papel mais activo na tentativa de convencer outras congéneres distritais no sentido do voto favorável à alteração dos estatutos da Federação da modalidade.

A direcção da associação lisboeta apela, no documento, a consensos em plena véspera de um plenário aberto a todas as congéneres distritais, em Coimbra, onde se vão digladiar posições antagónicas quanto à necessidade de adequar as regras da instituição ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas.

Nesse encontro também estará sobre a mesa a crítica à decisão da FPF em procurar pela via jurídica uma alteração estatutária sem aprovação em assembleia-geral de sócios, conforme já anunciou à Lusa o presidente da Associação de Futebol de Leiria e da Comissão Delegada das associações, Júlio Vieira.

Tendo por cenário imediato o plenário de Coimbra, o comunicado da AFL destaca a sua intenção imediata:

«Iniciar contactos para voltar a reunir vontades e consensos (…), de modo a permitir que a muito breve trecho se possa voltar a convocar nova assembleia para discussão e aprovação dos Estatutos e Regulamento Eleitoral da FPF.»

A associação lisboeta não deixa dúvidas quanto ao seu posicionamento no encontro de sábado:

«Só a alteração estatutária dentro da própria FPF, através da intervenção de todos os seus sócios, representando os diversos quadrantes do futebol, resolverá definitivamente a situação e poderá levar a uma pacificação e à reconstrução do edifício federativo, agora em crise.»

Porém, deixa sobressair uma crítica à direcção de Gilberto Madaíl:

«A AFL não acredita em soluções ou intervenções externas à FPF, nem em intervenções extremistas revolucionárias, e o recurso a uma alteração promovida em estado de necessidade e para evitar a possibilidade de extinção da FPF, como parece ser a que a Direcção da Federação tem em cima da mesa, nunca será a solução ideal.»

O imbróglio relativo à adequação dos estatutos da FPF ao novo regime jurídico passou, na terça-feira, pela Assembleia da República, onde o Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, disse que o Governo não irá, para já, cancelar o estatuto de utilidade pública da FPF (actualmente suspenso), na expectativa de que a legalidade seja reposta em breve, salientando que «todos os sinais indicam que se está mais perto do cumprimento da Lei».

Antes, a direcção da FPF mandatou, com carácter de urgência, os seus serviços jurídicos para «ultrapassar os vícios jurídicos» apontados pelo Ministério Público (MP) aos artigos dos seus estatutos que não estão em conformidade com a Lei, incluindo o Regime Jurídico das Federações Desportivas.