“Ambas tinham qualidade, mas acho que a de Riade funcionava melhor colectivamente. Basta ver que o jogador em destaque desse campeonato foi sempre diferente em cada um dos jogos”, afirmou João Vieira Pinto, à agência Lusa.

Tal como Brassard, o avançado “saltou” uma geração e alinhou no Mundial saudita, mas tendo uma participação mais efectiva na conquista do que o guarda-redes, que não chegou a ser utilizado. Ambos repetiriam o feito, dois anos depois, então titulares indiscutíveis no “onze” de Carlos Queiroz.

“Era uma óptima selecção, também com um colectivo forte, mas não tão forte como a de Riade, e que conseguia fazer a diferença individualmente. Tínhamos muita gente capaz de desequilibrar e resolver um jogo”, distinguiu João Vieira Pinto, admitindo que não consegue dizer qual seria a melhor.

Sem distinguir qualitativamente, Brassard prefere destacar o triunfo em Lisboa. “Tive o privilégio de estar presente nos dois campeonatos: em 1989, numa selecção da qual não fazia parte; na segunda tive uma participação mais ativa e, por isso, obviamente tem um significado diferente”.

“Ao longo do nosso trajecto, quase sempre vitorioso, perspectivamos sempre chegar longe em cada escalão, mas sem nunca pensar em ser campeão do Mundo, porque Portugal não tinha tradição. No entanto, tendo ganho o Mundial em 1989 e organizando o de 1991, é claro que a responsabilidade foi acrescida”, frisou o actual treinador de guarda-redes da Federação Portuguesa de Futebol.

João Vieira Pinto evoca o estatuto de finalista vencido no Europeu para justificar as ambições da geração de Riade. “Mas, ser campeão do Mundo? Isso era uma coisa em que poucos acreditavam e um deles era o professor Carlos Queiroz”, reconhece o avançado.

Isso em contraste com a abordagem ao Mundial de 1991, quando “não se falava noutra coisa que não no título” e “até parecia que era uma coisa fácil” conquistá-lo, recorda João Vieira Pinto, acrescentando que as amizades desse tempo “perduram”.

“Vivíamos um ambiente quase familiar, com uma amizade muito forte que fazia a diferença nos momentos complicados”, recorda Brassard.