Na ressaca da conquista inédita do Euro que teve lugar no dia 10 de julho e depois de uma festa que durou quase dois meses, a seleção portuguesa levou uma chapada no regresso à realidade. E o primeiro toque de despertar teve lugar em Basileia.

Na estreia de Portugal na fase de apuramento para o Mundial, à semelhança do que aconteceu com a equipa de Paulo Bento na fase de qualificação para o Euro 2016, a seleção portuguesa saiu derrotada frente à Suíça na estreia e o primeiro lugar no grupo poderá estar em risco e, como consequência disso, a qualificação direta para o Mundial da Rússia.

Fernando Santos bem alertou a equipa de que a festa já tinha acabado, de forma a pedir concentração perante aquele que poderá ser o principal rival na luta pelo apuramento direto. A resposta nos primeiros minutos até foi positiva, com os campeões europeus a revelarem energia e a assumirem a iniciativa da partida, no entanto, a seleção portuguesa acabou traída pela eficácia e organização helvética, qualidades que a equipa de Fernando Santos tão bem demonstrou no Euro 2016.

Porquê o 4-3-3?

Depois de Portugal ter adotado o 4-4-2 na prova francesa que tantos frutos recolheu, Fernando Santos baralhou as contas. O treinador apostou em Bernardo Silva de um lado e Nani do outro, com Éder como homem mais adiantado, mas a surpresa não surtiu o efeito desejado. Portugal nos primeiros 45 minutos foi muito pouco agressivo e foi para o intervalo a perder por 2-0. O técnico português tentou emendar a mão na segunda parte, e regressou ao 4-4-2, apostando nas entradas de André Silva e João Mário para os lugares de Éder e William Carvalho. Os resultados foram evidentes, Portugal esteve muito mais perto do golo e foi muito mais acutilante.

Ronaldodependência

A final do Euro, em que Portugal jogou quase o tempo todo sem o 'capitão', permitiu perceber que há mais vida na seleção para além de CR7. Mas a realidade foi outra: Faz muita falta o craque português. A equipa sentiu-se claramente orfão de um abre-latas na equipa, um jogador capaz de tirar um coelho da cartola de um momento para outro, seja através de um livre ou de uma jogada individual. Só a presença de CR7 colocaria a Suíça em sentido e certamente mais receosa.

Consequências da derrota

Não é nenhum drama perder por 2-0 no primeiro encontro de qualificação, no entanto, é muito possível que Portugal volte a ter que fazer contas nesta fase de qualificação. Recorde-se que só o primeiro lugar tem presença direta no Mundial. O segundo pior classificado nem sequer tem direito a discutir um lugar na fase de grupos.