O jogo de Genebra não foi um jogo de enorme qualidade, tanto pela fase da temporada como pelo caráter do encontro, mas não foi de todo um encontro inútil para Fernando Santos. Serviu para experimentar o regresso ao 4-3-3, que se adaptou aos jogadores que entraram em campo, e para testar uma equipa sem Ronaldo, a principal referência.

Com Quaresma e Varela como titulares nos lados do ataque - algo que dificilmente se repetirá em jogos oficiais - a seleção regressou, pelo menos em termos táticos, aos tempos de Paulo Bento. Os dois extremos assumiram a função de servir Éder, que contra muitas expectativas acabou por ser o homem da noite.

O 'suplente de ouro' Ricardo Quaresma foi titular e, em boa verdade, desiludiu durante grande parte do jogo. A primeira parte foi realmente fraca. Mas Quaresma é assim: experimenta e erra, erra bastante, mas de repente tira um coelho da cartola e facilita tudo, como fez com mais uma trivela para a sua coleção, 'tele-guiada' para os pés de Éder. Tudo começou, no entanto, em Eliseu, que numa arrancada genial encontrou o 'Harry Potter' em boa posição. Mais até do que Quaresma, Eliseu terminou a partida com nota mais, graças a uma exibição muito consistente desde a entrada para o lugar do lesionado Coentrão.

O nome que fica inscrito no marcador, porém, é o de Éder, que finalmente marcou ao serviço da seleção portuguesa. Além disso, foi sempre uma ameaça para o guarda-redes italiano. O jogo de grande qualidade deu-lhe até confiança para tentar o impossível na reta final da partida, com um pontapé de bicicleta ambicioso. A cara de Éder, depois da tentativa, dizia tudo: "porque não?".

Sendo um encontro particular, foi um jogo de vários "'porque não's?". Porque não dar a Danilo Pereira o seu primeiro jogo como internacional A, numa fase em que o médio está 'em alta' no mercado de transferências? Porque não entregar a baliza a Beto, depois de um erro clamoroso de Rui Patrício diante da Arménia? Tanto um como outro estiveram bem à altura das expectativas. O guarda-redes defendeu tudo o que tinha para defender e salvou mesmo a vitória nos momentos finais.

Por outro lado, a seleção italiana desiludiu e muito. Também com recurso a bastantes jogadores de segundas linhas - o banco de suplentes era invulgarmente parco em nomes consagrados - a "Azzurra" não conseguiu exibir a habitual solidez tática e permitiu que os lusos trocassem a bola com estranha liberdade, mesmo que a um ritmo lento.

Uma nota final para José Fonte: estreou-se na seleção aos 30 anos e agarrou a oportunidade com unhas, dentes e coração. É já forte candidato à titularidade no Europeu.

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