O selecionador português de futebol de sub-20, Edgar Borges, assegurou esta terça-feira que a equipa lusa será «a verdadeira vedeta», rejeitando destacar qualquer um dos 21 dos seus eleitos para o Mundial da Turquia.

«Não falo em nomes, nem estou nada interessado nisso, precisamente por causa de uma questão paradigmática. Para mim, a equipa é que é a verdadeira vedeta, aqui não há jogadores vedetas. Quando isso acontecer, algo que eu planifiquei está errado e, portanto, teríamos de fazer uma revisão da matéria dada», afirmou, em entrevista à agência Lusa, o técnico.

No entanto, Edgar Borges reconhece «muitas» qualidades à na equipa que dirige, lembrando que, «por mais qualidade que se tenha», o mais importante «é pensar primeiro na equipa».

«O fundamental aqui não é o facto de ter o jogador A, B, C ou D, se há talento ou não há talento - e ele existe obviamente -, mas o facto de centralizar toda a preocupação e todas as forças da equipa na responsabilidade coletiva, na entreajuda, na união permanente e na solidariedade tática consequente», sustentou.

O selecionador luso recordou que existe «uma filosofia de jogo» cultivada no futebol das seleções «já há bastantes anos», que tem dado «bons frutos», pelo que será mantida.

«Vamos respeitar a nossa cultura tática e fazer com que os valores individuais se ajustem a essa filosofia. A partir daí, o talento e a criatividade têm sempre ‘luz verde’ para aparecer, desde que responsavelmente se pense primeiro na equipa», reafirmou.

Em relação à sua convocatória, Edgar Borges justificou-a com «o planeamento de longo prazo», uma vez que esta geração trabalha em conjunto «há quatro, cinco anos», desde os sub-15.

«As coisas não são feitas só no momento, estou farto de dizer isso e é bom que as pessoas tenham a noção de que não é por um estalar de dedos ou por humores de circunstância que se escolhem jogadores e se fazem convocatórias», frisou.

O técnico admitiu que havia 35 jogadores na lista provisória entregue à FIFA, mas que só 21 poderiam integrar a convocatória final.

«O facto de se falar em preterir jogadores, não me parece muito objetivo, rigoroso e justo. Todos são excelentes, mas há regras a cumprir», sublinhou, justificando as escolhas com «os critérios», a «estratégia» e a adequação ao «sistema de jogo» nacional.

O selecionador elogiou o percurso recente da equipa das “quinas” e lembrou os nomes dos técnicos Rui Bento, Emílio Peixe e João Santos, envolvidos no processo de formação destes jogadores nas várias seleções.

«Para já, (esta geração) conseguiu sempre os apuramentos para as fases finais. A fase final do Europeu de sub-17, a fase final do Europeu de sub-19, com o consequente apuramento para o Mundial de sub-20, e esperamos bem que consiga o apuramento para a fase final do Europeu de sub-21 com o colega e amigo Rui Jorge», concluiu Edgar Borges.