O selecionador português de futebol assumiu hoje que o “leque alargado” de jogadores convocáveis origina muitas “discussões académicas” e salientou que Renato Sanches regressou às opções pelas características “um pouco selvagens” que confere ao jogo.

“O Renato é um jogador com características muito especiais, não só em Portugal, mas no mundo. Empresta ao jogo determinadas coisas que outros jogadores - que também são grandes jogadores – emprestam, mas de outra forma. É um jogador irreverente, até um pouco selvagem, no bom sentido da palavra”, observou Fernando Santos, em conferência de imprensa.

Tal como João Félix, o médio do Lille não era chamado à seleção nacional desde o Euro2020, devido a uma lesão que o obrigou a ser operado em agosto, tendo falhado os três encontros anteriores da fase de apuramento para o próximo Mundial.

Após divulgar a lista de 26 convocados para os derradeiros jogos do grupo A de qualificação para o Mundial2022, com República da Irlanda e Sérvia, o técnico confessou que, cada vez que elabora uma lista, tem sempre de “fazer opções e deixar de fora jogadores que têm correspondido”, dando mesmo os exemplos de “Pote, Trincão, Gonçalo Guedes ou Ricardo Horta”, que não integram esta convocatória.

De resto, Fernando Santos destacou o “leque alargado de jogadores” que tem à disposição e que leva a muitas “discussões académicas” sobre as opções que toma em cada convocatória.

“Felizmente, temos um leque alargado de jogadores para escolher. O que é importa é quem é convocado não o porquê de ser ou não ser convocado. É uma discussão académica e eu percebo. Tenho um lote de 30 e tal jogadores equacionados antes de cada convocatória e, de acordo com os adversários com que jogamos, escolhemos aqueles que achamos os melhores para encarar essas jornadas”, vincou.

O selecionador disse que a convocatória foi alargada a 26 jogadores para fazer face a alguns fatores que podem condicionar as escolhas, como a proximidade entre jogos e respetivo desgaste físico, além da questão disciplinar.

Se Nuno Mendes é ‘baixa’ certa para a partida com a Irlanda, por estar a cumprir suspensão, João Cancelo, José Fonte, Rúben Dias, Palhinha, Renato Sanches e Diogo Jota têm um cartão amarelo e, caso vejam outro no duelo em Dublin, falham a receção à Sérvia.

“Espero que não haja nenhuma baixa para o jogo com a Sérvia. Acredito que não irá acontecer. Normalmente, não convoco 26 jogadores, mas é natural que o tenha feito, tendo em conta que há uma série de fatores que temos de analisar”, disse.

Com duas partidas para disputar, Portugal ocupa o segundo lugar do grupo A de apuramento, com 16 pontos, menos um ponto do que a líder Sérvia, que, ainda assim, tem mais um encontro disputado, pelo que à equipa das ‘quinas’ basta um empate com os irlandeses, em 11 de novembro, em Dublin, para ficar a necessitar apenas de nova igualdade no embate decisivo com os sérvios, agendado para dia 14, no Estádio da Luz.

Portugueses e sérvios são os únicos com possibilidades de se apurarem para a fase final, tendo em conta que Luxemburgo (seis pontos), República da Irlanda (cinco) e Azerbaijão (um) já estão matematicamente afastados.

A fase de grupos da qualificação europeia para o Mundial2022 termina este mês e o vencedor de cada um dos 10 grupos apura-se diretamente para a fase final, enquanto os segundos classificados vão disputar os ‘play-off' de apuramento, aos quais se juntarão dois vencedores de grupos da Liga das Nações que não consigam qualificar-se diretamente para a fase final ou para os ‘play-off'.

Destas 12 equipas presentes nos ‘play-off', que serão disputados em março de 2022, sairão os últimos três representantes europeus no próximo Campeonato do Mundo, que vai decorrer no Qatar, entre 21 de novembro e 18 de dezembro de 2022.