À margem da apresentação de umas chuteiras da Nike, na Cidade do Futebol, em Oeiras, na qual estiveram presentes Ricardo Quaresma, Fernando Santos e o ex-jogador inglês Rio Ferdinand, o capitão da seleção portuguesa abordou a competição pela qual Portugal está a disputar a fase de apuramento e defendeu uma abordagem realista nas ambições lusas.

"Temos de ter os pés assentes na terra e pensar que se, em tantos anos de história de Portugal, não tínhamos ganho nada, agora vamos ganhar tudo? Não é bom para nós, jogadores, nem para o público em geral. Temos de nos qualificar primeiro. Depois, lá poderemos pensar em coisas novas. Não podemos passar do oito para ou oitenta", declarou.

Além da Seleção, Ronaldo tem também outro compromisso para breve em Portugal, com a visita do Real Madrid ao reduto do Sporting, para o jogo da quinta jornada do grupo F da Liga dos Campeões.

Sobre esse encontro, o avançado dos ‘merengues’ prometeu ser "profissional", apesar de ter "o Sporting no coração".

"O que mais quero é ganhar, os golos aparecem nos momentos em que têm de aparecer. Ainda não estamos qualificados na fase de grupos. Vai ser um jogo muito importante e o Real Madrid tem de ganhar", afirmou.

Por outro lado, o jogador, de 31 anos, não se quis comprometer com o eventual cenário de um fim da carreira nos ‘leões’ ou mesmo uma experiência como dirigente depois de deixar os relvados.

"Talvez, depois dos 41 anos venha fazer uma ‘perninha’ aqui no Sporting. Não sei o que vai acontecer dentro dois, três ou quatro anos. O Sporting é um clube pelo qual tenho carinho especial. O futuro a Deus pertence", sublinhou.

Numa conversa com a imprensa portuguesa, Cristiano Ronaldo recordou também os primeiros passos da sua carreira, nomeadamente o célebre jogo do Sporting com o Manchester United, na inauguração do Estádio José Alvalade, em 2003.

"Lembro-me na altura que tinha feito alguns jogos pelo Sporting e estava a despertar a atenção de clubes da Europa, como o Inter, o Arsenal, o Valência e o próprio FC Barcelona. Depois desse jogo, houve um interesse ainda maior. Senti que a abordagem do Manchester United foi logo bastante grande, [o treinador] Alex Ferguson veio falar comigo e mostrou grande interesse, foi muito rápido. Não estava à espera e foi uma surpresa para mim", confidenciou, guardando a recordação de um jogo "bonito".

Por fim, o internacional português destacou "a vontade" como uma das bases da sua carreira de sucesso.

"Ter talento não chega e eu dedico-me sempre a cem por cento no meu trabalho para ser o melhor e para manter o meu nível o mais alto possível. Se não tens vontade, então não faz sentido. A vontade para querer mais e mais é crucial", concluiu.