Vítor Baía garante estar «confuso» com as explicações que foram dadas para a sua ausência da Seleção e continua a apontar o dedo ao ex-selecionador Luiz Felipe Scolari, que recentemente acusou o guarda-redes de criar mau ambiente no balneário.
«Continuo a não saber o motivo e depois de ouvir os principais intervenientes ainda mais confuso fico. Acima de tudo noto má-fé e maldade que é a única explicação que consigo encontrar na minha ausência da Seleção. O que tem vindo a público nestes anos desde que deixei a Seleção deixa-me a mim, que sou o principal visado, cada vez mais confuso e sem encontrar a verdadeira explicação da minha ausência», começou por afirmar o antigo guarda-redes do FC Porto e de Portugal, à margem de uma iniciativa da sua fundação no hospital D. Estefânia.
«Preferia que assumissem a minha ausência como uma questão de valor, por acharem que havia colegas com mais capacidade, do que entrar em campos em que as pessoas sabem que eu como profissional era o contrário do que tem sido referido. A minha preocupação como capitão foi sempre defender os meus grupos de trabalho e as entidades, tanto no FC Porto como na Seleção. Recordo que o meu calvário de lesões nos dois anos que estive parado começou na Seleção, aguentando 20 minutos com o menisco fraturado, num jogo que nos levou ao Campeonato da Europa de 2000, na Holanda e Bélgica», acrescentou.
Questionado sobre a alegada influência de Pinto da Costa no seu afastamento, como avançou Luiz Felipe Scolari, Vítor Baía "iliba" o FC Porto: «A minha relação com o presidente é extraordinária, tenho uma estima enorme por ele e posso dizer que sou seu amigo. Nem vale a pena alimentar a questão ou falar sobre isso.»
A mesma postura teve em relação a José Mourinho, igualmente associado a este tema após a entrevista polémica do ex-selecionador. «Nós fomos campeões da Europa, da Taça UEFA, da Taça das Taças em Barcelona... acha que isso é prejudicar alguém? Tenho uma excelente relação, é o melhor treinador do Mundo, somos amigos e não tenho mais nada a dizer sobre tudo o que foi falado. Terão de pedir explicações a quem falou.»
O antigo internacional português vincou a sua consciência de «ser uma referência» e que já não se deixa perturbar com este tema, mas volta a criticar o treinador brasileiro. «A maldade tem a ver com as declarações que foram proferidas desde que Scolari saiu da Seleção e a disparidade de justificações que têm saído. Umas por via própria, outras pelos assessores e ninguém se entende».
«O meu passado fala por mim. Basta falar com as pessoas que conviveram comigo. Não se ganha 33 troféus a ser um elemento desestabilizador e mau profissional. Ninguém tem de pedir desculpa a ninguém, não guardo rancores. Tenho direito a ficar triste por ver que as pessoas não são coerentes, mas a vida continua», rematou.
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