Foi em 2013 que Ivo Pinto chegou à Croácia. Numa realidade diferente soube conquistar o seu espaço, ser campeão e no espaço de um ano passou de estreante a experiente anfitrião dos seus novos colegas e compatriotas Eduardo, Paulo Machado, Gonçalo Santos e Wilson Eduardo. Nesta segunda parte da entrevista ao SAPO Desporto, o defesa fala sobre as suas ambições e dificuldades na carreira.


Está desde 2013 no Dinamo Zagreb e foi campeão no ano de estreia. Vir da Roménia (Cluj) para a Croácia foi o melhor passo na sua carreira?
Sim, na altura, da mesma forma que deixei o Rio Ave para o Cluj pensei que este fosse o melhor passo para mim. Quando terminei o desafio no Cluj, penso que este foi o melhor passo que podia tomar. Era o mais real e o mais certo. Vim para cá, fui campeão, jogámos a Liga Europa e queremos mais este ano.

Como foram os primeiros tempos na Croácia?
Foram tempos diferentes dos que encontrei no Cluj. Tínhamos muitos portugueses na Roménia e quase não foi preciso adaptação. Quando vim para a Croácia era o único português no Dinamo Zagreb, depois veio o Ruben Lima, que já estava no país há dois anos e que me ajudou. Foi uma adaptação com os seus "quês", mas não posso dizer que foi muito difícil.

Já percebe a língua croata?
Já percebo muito bem a linguagem futebolística croata, mas agora o clube achou por bem dar aulas de croata para os estrangeiros, já que somos cinco portugueses. É sempre saudável para o clube que os estrangeiros conheçam a língua. Mostra mais respeito pelo clube.

Como foi receber no plantel os compatriotas Eduardo, Paulo Machado, Gonçalo Santos e Wilson Eduardo?
Foi um prazer, foi a primeira vez que passei por essa situação. Tentei ajudá-los ao máximo, penso que nenhum tem razão de queixa de mim. Se houver algum, é um mentiroso (risos)! O que podia fazer por eles, fiz. Estamos unidos. Temos um bom grupo e uma relação muito boa.

Há já um clã português no Dinamo?
É normal. Como já somos cinco… Se formos ver alguma equipa portuguesa se calhar não teremos tantos jogadores portugueses em campo.

O que levou um clube croata a uma aposta tão forte nos jogadores portugueses?
Antes de mim esteve aqui o Tonel e deixou uma excelente imagem de profissionalismo e todos aqui olham para ele como um grande jogador e um exemplo. Como gostaram do Tonel e de mim… Se foi por minha causa que vieram mais portugueses, então fico feliz. Todo o mundo sabe que o jogador português tem qualidade e temos mostrado isso fora do país. Por isso, um clube estrangeiro que receba um ou dois jogadores portugueses irá dentro de poucos anos ter mais.

Dos cinco jogadores portugueses do Dínamo, o Ivo foi o único chamado à seleção…
Fomos todos almoçar e tive de lhes pagar o almoço. E tenho a dizer que não foi barato! (risos) Felicitaram-me, foi bom. O Eduardo até hoje tinha sido sempre chamado e agora ele foi a minha primeira ajuda. Já falei com ele e ele já me explicou algumas coisas, pois é um jogador com muita experiência. É sempre um prazer ouvir conselhos dele no sentido de não ir "às cegas" para o estágio.