O golo do estreante Liedson (86 m) foi insuficiente para os lusos conquistarem os três pontos, pois o tento de Nicklas Bendtner (42), claramente contra a corrente do jogo, não estava nos planos – os nórdicos, que viram o árbitro perdoar-lhes um penalti ainda na primeira parte, continuam tranquilamente isolados no comando.

A equipa de Carlos Queiroz foi a única a tentar conquistar os três pontos – merecia-os – mas, muito perdulária, acabou por ceder uma igualdade frente a um adversário inferior em termos individuais e colectivos. Face ao triunfo da Suécia na Hungria, os lusos caíram para quarto lugar, a sete da Dinamarca e a três dos magiares.

Em Lisboa, o conjunto de Martin Olson foi intensamente dominado e hoje repetiu-se o cenário, mas algum santo do Norte da Europa voltou a fazer milagres a favor de uma equipa voluntariosa e trapalhona a defender e extremamente eficaz a atacar. Como resultado, as contas da qualificação lusas complicara-se ainda mais.

Perante uma equipa que actua em “4x4x2”, Queiroz decidiu fazer o mesmo e mudou o enraizado sistema em “4x3x3”: o meio campo jogou em losango com Deco a “criar” para os avançados Cristiano Ronaldo e Simão.

Após equilíbrio inicial, cedo se percebeu que Portugal iria controlar a posse de bola contra dinamarqueses lutadores, empenhados, mas sem metade da técnica: Cristiano Ronaldo (08 e 13 m) abriu as hostilidades, mas primeiro errou o alvo e depois demorou e, apertado, atirou à figura.
Eduardo teve uma primeira parte tranquila, mas aos 16 apanhou um grande susto, valendo a má pontaria de Martin Jorgensen.

Cristiano Ronaldo e Simão pareciam inicialmente perdidos na frente – faltava uma referência na área para os dois extremos de raiz – até que o avançado do Atlético de Madrid viu o guarda-redes negar-lhe um golo que parecia certo, apanhando no chão um remate à meia-volta.

A partir dos 20 os lusos reforçaram o ímpeto ofensivo e a Dinamarca (impotente para segurar a bola e construir jogo) defendia com 10 elementos juntos a sua área, perdidos nas trocas de bola dos pupilos de Queiroz.

Cristiano Ronaldo (30 m), Deco (32), Duda (35) e Simão (42) estiveram perto de marcar, altura em que Anders Moller Christensen (41), na pequena área, cortou com o braço um cruzamento de Cristiano Ronaldo, grande penalidade que só o árbitro suíço Massimo Busacca não viu.

Num lance em que saiu do massacre, a Dinamarca colocou a bola por alto na área e o “gigante” Nicklas Bendtner ganhou entre Duda e Bruno Alves e “fuzilou” as redes de Eduardo (1-0), conferindo grande injustiça ao resultado.

Liedson estreou-se pela selecção (saiu Tiago ao intervalo e a equipa posicionou-se em “4x3x3”), mas Portugal surgiu diminuído na sua confiança e foi a Dinamarca a criar perigo, valendo primeiro o alívio de Bosingwa e depois o facto do remate de Dennis Rommedahl (58) sair rente ao poste esquerdo. Os lusos subiram novamente no terreno e aos 63 não conseguiram aproveitar uma confusa bola solta, que terminou nas mãos do guarda-redes em cima da linha – para refrescar o ataque, Nani rendeu Simão (71).

Na avalanche ofensiva final, Cristiano Ronaldo (75) e Deco (77) falharam o alvo e foi Liedson (86), de cabeça num canto, a minimizar a injustiça. O “levezinho” ainda viu o guarda-redes brilhar e negar-lhe novo tento e o desafio acabou com os dinamarqueses aliviados e a festejar o empate como se um triunfo histórico se tratasse.