O avançado Nélson Oliveira, emprestado pelo Benfica ao Deportivo da Corunha, é «diferente» dos outros pontas de lança, segundo o selecionador português de futebol, que não quer ficar “refém” de um só homem na frente de ataque.
«À parte de termos marcado em 19 jogos (de um total de 24), nos jogos em que não o fizemos, tivemos capacidade para criar muitas situações de finalização. Outra questão é os jogadores que o possam fazer. Muito importante é que muitos jogadores o possam fazer, que não estejamos reféns do ponta de lança», afirmou Paulo Bento, em entrevista à Lusa.
Destacando os desempenhos de Hélder Postiga, Hugo Almeida, Cristiano Ronaldo ou Nani, no capítulo dos golos, o treinador reconheceu tratar-se de «uma posição para a qual, é verdade, não abundam muitos jogadores».
«O Nélson (Oliveira) está num processo de evolução. Começou no Rio Ave, passou pelo Paços de Ferreira, regressou ao clube de origem, o Benfica, e agora foi para o Corunha, onde está a ser utilizado com regularidade, mas não deixa de ser um jovem com margem de progressão e que necessita de conquistar o seu espaço em termos de clube de uma afirmação maior», disse.
No entanto, a parca utilização do jovem vice-campeão do Mundo de Sub-20 não impediu a equipa técnica das “quinas” de o «levar ao Euro2012 e utilizá-lo em quatro dos cinco jogos», pelo facto de «ter condições que não tem outro ponta de lança no futebol português», com «enorme potencial e características diferentes dos outros que têm marcado presença com maior assiduidade».
Paulo Bento destacou ainda outros «valores», como o avançado do Sporting de Braga Éder, capazes de evoluir igualmente, manifestando a vontade de «observar o maior número de jogadores possível» até porque «há duas épocas pelo meio até àquilo que vai acontecer na possível convocatória para o Mundial de 2014».
Mesmo assim, Hélder Postiga merece toda a confiança do técnico, apesar de chegar com 32 anos ao Brasil2104, no caso de Portugal marcar presença.
«O facto de ter 32 anos não é fator de inibição para estar numa grande competição. Se me disser, 23 jogadores de 32 anos, poderá ser problemático, mas também poderá ser 23 jogadores de 20 anos», concluiu, defendendo a ideia de «mesclar juventude e experiência».